Em abril deste ano, Mark Zuckerberg foi ouvido no Congresso norte-americano, a propósito do escândalo de privacidade da Cambridge Analytica. Agora, o Facebook enviou mais informação aos congressistas e revela que há mais empresas que tiveram acesso aos dados dos utilizadores.
No conjunto de respostas enviadas para Washington, é referido que a rede social deu um acesso especial aos dados a 61 empresas, várias delas de grandes dimensões. Entre as 61 companhias, o Facebook menciona a Nike, Spotify, Snap, Nissan ou a UPS, por exemplo.
Em 2014, o Facebook indicou que iria apertar o cerco às entidades externas que tinham acesso aos dados dos utilizadores da rede social. A grande questão aqui, agora revelada nos esclarecimentos enviados, é que estas 61 empresas ficaram de fora deste “apertar” de regras.
Além disso, 60 destas empresas terão recebido até uma extensão de prazo de seis meses, após a instituição das regras mais restritivas no acesso aos dados dos utilizadores.
Numa publicação feita na sala de imprensa online do Facebook, assinada por Ime Archibong, o vice-presidente de product partnerships da rede social, é explicado que estão novamente a fazer alterações às políticas de API (interface de programação de aplicação, na sigla em inglês). Entre as mudanças, há ainda menção a um “olhar para a informação acessível às aplicações quando se faz a ligação com o Facebook”, na tentativa de proteger a informação dos utilizadores.
Em março deste ano, o Facebook foi acusado de não ter protegido os mais de 50 milhões de utilizadores cujos dados pessoais foram recolhidos sem consentimento. Estes dados, agregados pela empresa Cambridge Analytica, terão sido depois vendidos e usados para influenciar milhões de eleitores nas eleições presidenciais norte-americanas, em 2016.
Depois disto, a Cambridge Analytica já encerrou os seus escritórios e declarou falência. Além de prestar esclarecimento ao Congresso norte-americano, Zuckerberg também já foi ouvido no Parlamento Europeu, em maio.
Nessa ocasião, o fundador do Facebook foi evasivo nas respostas às várias questões feitas, mas fez um pedido de desculpas: “Em 2016 fomos demasiado lentos a identificar a intervenção russa”, referiu, sobre a alegada intervenção russa nas eleições norte-americanas de 2016, nos Estados Unidos.