Google guarda localizações dos utilizadores, mesmo que a opção esteja desativada

REUTERS/Charles Platiau

Mesmo que os utilizadores tenham desligado a opção de guardar um histórico de localização, os serviços da Google continuam a fazer registos dos locais por onde passa.

A conclusão é de uma investigação da Associated Press, apoiada por investigadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. E, segundo a AP, os registos não são um exclusivo apenas de quem tem Android; se usar um serviço da Google num iPhone, também há questões de privacidade a ter em conta, conforme foi testado pelos investigadores da universidade.

Até aqui, uma grande parte dos utilizadores achava que, desmarcando a opção de fazer um registo de localização e utilização do serviço, a Google não guardava os dados. Na página de dúvidas da Google, é referido que “o utilizador pode desligar a qualquer momento a funcionalidade de histórico de localização. Com  isto desligado, os lugares onde vai não são guardados”. Conforme avança a AP, com o apoio dos investigadores de Princeton, isto não será totalmente verdade.

Segundo refere a AP, “a Google faz um screenshot sempre que o utilizador abre o Google Maps”, por exemplo. As atualizações sobre meteorologia também guardarão uma localização aproximada sempre que utiliza a aplicação.

Jonathan Mayer, um dos investigadores citados pela AP, refere que “se se permite aos utilizadores desligar o histórico de localização, todos os sítios onde se mantenha um histórico de localização deviam ser desligados”.

Para quem quiser ver que informação a Google está a armazenar sobre as suas localizações, existe um separador na consola de gestão da conta da Google chamado ‘A minha atividade’. É lá que estão informações sobre as pesquisas que faz, mas também é lá que se encontra o seu histórico de localizações. Mesmo que nunca tenha especificado à Google onde é que mora, é muito provável que este seja o local mais visitado que surja na lista de ‘Os meus locais’.

É através deste separador que pode apagar algumas localizações e tentar gerir mais sobre os dados de localização guardados.

Esta não é a primeira vez este ano que a Google se vê envolvida numa situação questionável no que diz respeito a privacidade. Recentemente, o facto de haver programadores externos à Google a ter acesso a dados e emails dos utilizadores de Gmail também gerou preocupação. Depois disso, o Congresso norte-americano exigiu mesmo respostas à dona da Google, a Alphabet, – e também à Apple – no seguimento do caso.