Em 2019, as compras online feitas pelos portugueses ultrapassaram os 6 mil milhões de euros, revela estudo da ACEPI/IDC. Já este ano a pandemia e o confinamento tiveram impacto nesta forma de comércio: em 2020 o montante poderá chegar aos 8 mil milhões.
Os portugueses estão a comprar cada vez mais online, revela o estudo anual da ACEPI (Associação da Economia Digital) e da IDC sobre a utilização da internet pelos consumidores e empresas em Portugal. No ano passado, o valor das compras online ultrapassou os seis mil milhões de euros. Para este ano, tendo já em conta o efeito da pandemia no comércio eletrónico, a associação estima que este montante possa chegar aos oito mil milhões de euros.
Caso seja também contabilizado o montante de compras entre empresas (vertente B2B), que em 2019 situou-se nos 96 mil milhões de euros, o valor global de comércio eletrónico em 2020 poderá ser ainda maior, até aos 110,6 mil milhões de euros.
A ACEPI e a IDC estimam que a penetração da internet em Portugal atinja já 81% da população, aumentando o número de utilizadores no nosso país. Se no ano passado mais de metade dos utilizadores afirmava já fazer compras online, a pandemia de Covid-19 e o confinamento fez aumentar esta cifra: para 2020 estima-se que 57% dos utilizadores de internet em Portugal faça compras online.
Cerca de 60% dos compradores online diz mesmo ter aumentado o valor das compras através da internet este ano. Outro dado que aponta nessa direção é a frequência das compras online: 73% dos consumidores afirma ter feito, em média, compras online mais do que 3 a 5 vezes por mês.
As refeições entregues ao domicílio, praticamente sem expressão no campo de produtos alimentares e bebidas no ano anterior, é uma das categorias em destaque nas compras deste ano, à semelhança dos equipamentos informáticos e eletrodomésticos. Na categoria de serviços digitais destaque para a compra de filmes e séries.
O estudo, revelado a propósito do evento Portugal Digital Summit, que decorre ao longo da semana, aponta também que, devido à existência de mais lojas online portuguesas e aos efeitos da pandemia, foi notória uma redução das compras feitas em sites estrangeiros.
Em relação às formas de pagamento favoritas, os portugueses continuam a privilegiar as referências Multibanco. O estudo aponta ainda para o crescimento do pagamento através do serviço MBWay e outras wallets eletrónicas.
Presença online das empresas cresceu significativamente
Em dados anteriores a ACEPI apontava um elevado número de empresas sem presença na internet. A pandemia fez acelerar a presença online: 60% das empresas já tem algum tipo de presença, contra os 40% do anterior estudo. “Este crescimento, muito significativo, deve-se sobretudo ao aumento da presença na internet pelas micro e pequenas empresas (que representam a maior parte do tecido empresarial português)“, aponta a associação.
No caso das microempresas, a percentagem é agora de 48%. No anterior estudo era de 30%.
Entre as empresas com presença online, 82% diz ter domínio próprio e 76% afirma ter um ou mais websites desenvolvidos. O crescimento das empresas com página nas redes sociais é significativo face aos dados anteriores. Os marketplaces revelaram-se uma abordagem comercial interessante, sobretudo para as pequenas empresa: metade das empresas afirma ter presença neste tipo de plataformas.
Este estudo estima que o valor do comércio eletrónico B2B/B2G em Portugal (vendas de empresas a outras empresas ou ao Estado) ultrapasse os 103 mil milhões de euros em 2020.
Metade das empresas inquiridas tem boas perspetivas para a evolução do comércio eletrónico, prevendo um crescimento ao longo dos próximos tempos.
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