O Facebook vai processar o grupo israelita NSO, responsável pela ferramenta Pegasus. Rede social acusa a empresa de ter usado o WhatsApp para difundir software de vigilância, que seria direcionado a jornalistas e ativistas.
O Facebook anunciou que vai processar a empresa israelita, na sequência de um ataque ao WhatsApp, detetado pela empresa em maio. Na altura, o Facebook explicava que um software para cibervigilância teria sido distribuído através do WhatsApp, com especial atenção aos equipamentos de ativistas ligados aos direitos humanos e jornalistas, em países como México, Emirados Árabes Unidos e Bahrain.
No site do WhatsApp, serviço que faz parte do universo do Facebook, é indicado que a empresa “apresentou uma queixa num tribunal norte-americano, que atribui o ataque a uma empresa chamada NSO Group e à respetiva empresa-mãe, a Q Cyber Technologies”. “A queixa alega que foi violada tanto a legislação dos Estados Unidos e as leis da Califórnia como os termos de serviço do WhatsApp, que proíbem este tipo de abuso”.
Indicando que esta situação terá afetado “cem membros da sociedade civil”, o WhatsApp refere inclusive que se trata da primeira vez em que um serviço de mensagens encriptadas “toma atitudes legais contra uma entidade privada que faz este tipo de ataques aos seus utilizadores”, é possível ler na publicação do WhatsApp.
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Entretanto, a NSO Group já reagiu às acusações do Facebook. Numa comunicação enviada ao site norte-americano Engadget, a empresa israelita responsável pelo desenvolvimento do software Pegasus nega as acusações, garantindo que “irá lutar de forma vigorosa contra estas acusações”.
“O propósito da NSO é disponibilizar tecnologia a agências governamentais de inteligência e a forças policiais para ajudá-las a lutar contra terrorismo e crimes graves. A nossa tecnologia não foi feita ou licenciada para ser usada contra ativistas de direitos humanos e jornalistas”, é possível ler na nota, onde a empresa indica ainda que as ferramentas desenvolvidas “já ajudaram a salvar milhares de vidas nos últimos anos”.
Segundo a informação divulgada em maio, quando o ataque se tornou conhecido, o WhatsApp apontava que o software de vigilância podia chegar ao smartphone das vítimas através de uma simples chamada feita através do serviço de mensagens. Neste caso, nem sequer era necessário que a chamada em causa fosse atendida para ter acesso às informações do WhatsApp.