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Google cria base de dados com milhares de deepfakes para ajudar investigadores

REUTERS/Thomas Peter

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Como é que se contribui para combater os deepfakes? Lançando uma base de dados de deepfakes, acredita a Google. A tecnológica partilhou uma base de dados destes vídeos, na esperança de ajudar investigadores a detetar este tipo de situações.

Há especialistas que apontam que o fenómeno das deepfakes possa ser bem pior do que os casos de desinformação e fake news. Alguns dos vídeos de deepfakes já circulam pela Internet, deixando muita gente abismada. Se já viu um vídeo onde o ator Bill Hader acaba uma entrevista com a cara de Tom Cruise ou um excerto onde Mark Zuckerberg avisa que controla a vida de milhares de milhões de pessoas com os seus dados já viu um deepfake.

Basicamente, trata-se de uma técnica que junta um conjunto de factores, como a voz, cara ou expressões de determinadas pessoas. O resultado final é a possibilidade de, através de software, “colar” a cara e expressão ao discurso pretendido. Os deepfakes já foram usados para colocar Barack Obama, por exemplo, a dizer que o Obamacare, uma das bandeiras durante o mandato como Presidente norte-americano, “era um erro” – algo que nunca aconteceu na realidade. Há também outro deepfake de Barack Obama disponível online, mas que quer funcionar como um alerta para este fenómeno dos vídeos falsos.

 

Com vários especialistas preocupados com o fenómeno dos deepfakes nas eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos, a Google quer contribuir para os trabalhos de investigação. Através de uma publicação no blog dedicado a inteligência artificial, assinada por Nick Dufour e Andrew Gully, a tecnológica assume que “considera as questões [dos desafios criados pelos deepfakes] sérias”. “Como qualquer tecnologia transformativa, isto cria desafios. Os chamados deepfakes – produzidos por modelos de geração profunda que podem manipular vídeo e clips de áudio – são um desses desafios”, é indicado, referindo que “alguns dos vídeos podem ser perigosos para os indivíduos e para a sociedade”.

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A base de dados divulgada pela Google e pelo projeto JigSaw está disponível no GitHub, com cerca de três mil imagens. Ao lançar esta base de dados, a Google pretende disponibilizar ferramentas para os investigadores criarem modelos de deteção de deepfakes. Na publicação, a Google indica que esta base de dados de deepfakes já foi incorporada nas investigações da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, e na Universidade Federico II de Nápoles.

A empresa explica também como é que criou esta base de dados. Ao longo do último ano, contratou 28 atores para gravar centenas de vídeos (tudo com consentimento, é indicado). Ao usar os meios disponíveis de geração de deepfakes, as imagens de diferentes atores foram misturadas, resultando em vídeos que retratam uma pessoa que não é real. A base de dados inclui tanto os vídeos originais como os deepfakes criados.

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