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Inteligência artificial aliada à voz ‘invade’ Berlim

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Colunas inteligentes e sistemas de som para ouvir e ser ouvido, TVs 8K da LG à Samsung passando pela casa inteligente. A feira de tecnologia IFA, em Berlim, mostrou tendências ‘smart’.

João Tomé e Rui da Rocha Ferreira

O som e a capacidade de ouvir e ser ouvido (através da voz) volta a ter uma relevância que não se via há muitos anos. Foi isso que vimos na IFA, a feira de tecnologia de Berlim que é uma das mais importantes e antigas (começou em 1924) a nível mundial.

Isso significa que além de muitos produtos para a casa inteligente, viram-se colunas a ‘brotar’ um pouco por todo o lado. Da Yamaha (ligou gira-discos para vinil a colunas inteligentes, por exemplo), à Bang & Olufssen, da Anker à Huawei, LG, Sony, Panasonic, Samsung, entre outras. E quase todas têm incluído como ‘cérebro’ de inteligência artificial o assistente digital da Amazon (e respetiva voz), Alexa, ou o da Google, Google Assistant – ambos ainda não disponíveis em português.

Em alguns casos há produtos com ambos os sistemas, à escolha do freguês. Todos querem um pedaço deste início da revolução. Como são sistemas abertos, todos podem desenvolver um produto próprio que tem inserido o sistema destes líderes na área das assistentes digitais. Ninguém quer ficar de fora – como aconteceu com a Nokia com os smartphones ou várias marcas de relógios com os smartwatches (o Apple Watch é hoje o relógio mais vendido no mundo.

Estes aparelhos conectados à internet e a outros aparelhos e inteligentes com capacidade de aprender connosco, têm microfones e colunas para poderem comunicar pela voz. Um desses exemplos foram os aparelhos lançados pela LG que mostram outra das tendências da feira relacionadas com a casa inteligente e replicada por várias marcas. Vimos desde um purificador de ar que nos dá conversa, a uma adega inteligente (tudo ligado em rede e com acesso de forma remota por uma appno telemóvel). “Porquê inteligência artificial? Porque vai tornar a nossa vida melhor, mais fácil e com mais tempo para o que importa”, disse o CTO da LG, Dr. I.P. Park, que abriu as palestras da IFA.

Outra das novidades nesta área foi o lançamento oficial pela Huawei da sua coluna inteligente e com router 4G (outra das novas tendências), o AI Cube. Usa a Alexa, não é bem um cubo e até parece a Google Home (a coluna vendida pela Google), mas ainda não tem data para chegar a Portugal. A marca chinesa também anunciou que já vendeu 10 milhões de smartphones da sua série P20 em apenas cinco meses, mais 80% do que aconteceu o ano passado (é agora a segunda marca que mais vende no mundo).

Também ouvimos o vice-presidente da Amazon com o pelouro da Alexa, Daniel Rausch, anunciar na IFA um número surpreendente: em dezembro de 2017 existiam 4 mil aparelhos compatíveis com a Alexa (que tinha, na altura, três anos de vida), agora já existem 20 mil. Só na feira foram lançados 50 novos aparelhos com a voz e ´cérebro’ da Alexa, que chegou às 50 mil funções que desempenha. A Google não divulgou esses dados, mas existiam na IFA 48 marcas diferentes com produtos que incluíam a Google Assistant (e demonstrações disso mesmo por toda a feira).

Além de alguns robôs peculiares e de exemplos de mobilidade elétrica e inteligente (a Segway surpreendeu com novos modelos), os televisores com resolução 8K estiveram em destaque. Com 33 milhões de pixéis e ecrãs que chegam às 87 polegadas esta tecnologia promete espantar quem aprecia experienciar conteúdos com a melhor qualidade. Samsung, LG, TCL e Sharp anunciaram linhas de televisores 8K e que vão chegar ao mercado nos próximos meses. “Estamos a ver uma maior procura por televisores com ecrãs grandes. E com os ecrãs enormes, a resolução torna-se cada vez mais importante”, disse Nathan Sheffield, diretor europeu de produto da Samsung em entrevista à Insider sobre a nova tendência: “O 8K eleva e muito a experiência”.

Ainda que os tempos ditem novas tendências na tecnologia de consumo, a IFA continua a ser a casa de apresentação de gadgets de categorias ‘tradicionais’, como os portáteis. E aí brilhou a Lenovo que mostrou o seu Yoga Book C930 que usa um ecrã de tinta eletrónica (e-ink) como teclado. A Asus mostrou a linha Zenbook com trackpads com novas funcionalidades (incluindo um segundo ecrã).