A Lime responde às solicitações de alguns dos seus 53 mil utilizadores em Lisboa e passa a ter “um serviço noturno reforçado”, conta ao Dinheiro Vivo / Insider, o seu responsável Luís Pinto, que garante: “o mercado de trotinetes partilhadas ainda tem espaço para crescer em Lisboa”. Pede-se ainda um uso responsável: se beber em demasia, não conduza trotinete.
É oficial, a Lime quer estar disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, na cidade de Lisboa. O motivo? “Tivemos vários pedidos de utilizadores mais ativos à noite, além dos jovens que saem há pessoas que trabalham à noite e têm poucos transportes disponíveis, por isso queriam contar com o nosso serviço”. A explicação é dada por Luís Pinto, diretor de operações da Lime em Portugal. O responsável garante que o reforço vai ser feito junto às paragens de metro e de autocarro, tendo em vista também as carreiras noturnas da Carris, “para facilitar a mobilidade na cidade”: “queremos ser um complemento ao transporte público que existe, mesmo à noite”.
A semana passada, um condutor de trotinete elétrica foi multado pela PSP por conduzir alcoolizado (um jovem de 18 anos terá pago 250 euros) mas, Luís Pinto, explica que é preciso recorrer ao bom senso e cumprir a lei portuguesa. “A esmagadora maioria dos utilizadores usa bem as trotinetes e cumpre a lei”.
Mais de 500 trotinetes e… há espaço para crescer
A Lime entrou em Portugal no início de outubro com 200 a 400 trotinetes (nem sempre estão todas disponíveis e em uso) e, em apenas dois meses, chegou aos 53 mil utilizadores já em dezembro. Luís Pinto explica-nos que, neste momento, já têm mais trotinetes, “mas não há um número certo”. Apesar de haver cada vez mais rivais em Lisboa (Bungo, Hive, Voi e há mais na calha) “ainda há espaço para crescermos em operação e em número de trotinetes”.
A concorrência não assusta a empresa, que diz mesmo que a Lime tem ainda muito espaço para crescer em Lisboa e continua a crescer “todos os meses”. “É cedo para falar em saturação do mercado em Lisboa”, explica o responsável, que não acredita que estejamos “num ponto de saturação do mercado, a verdade é que ainda falta para sermos uma alternativa completa para o uso de veículo privado na cidade”. Nesse contexto, já existem 400 hotspots por Lisboa (locais onde as trotinetes são depositadas todos os dias).
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Os problemas do mau estacionamento
Sobre a relação com a câmara de Lisboa, continua a ser “próxima e diária”, daí que a Lime esteja aberta a novas formas que impeçam o estacionamento indevido de trotinetes na via pública. “Desde o primeiro dia que trabalhamos com a câmara, usando vários formas de comunicação ao ponto de eles terem dados sobre a nossa operação em tempo real”, indica Luís Pinto. A operação “está a correr bem”, mesmo que ainda existam más práticas, “mas elas são residuais”.
Com o aumento de trotinetes e de utilizadores, a Lime tem respondido com o aumento da sua equipa, que já deverá ter superada as 50 pessoas. “Temos uma equipa disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, para garantir o bom funcionamento da operação e sentimos que os utilizadores usam cada vez melhor, e de forma mais respeitosa, as trotinetes”, explica Luís Pinto. Além dos chamados juicers, que são pessoas comuns (não funcionários da empresa) que recebem por cada trotinete recolhida, carregada e depositada num dos hotspots, a Lime tem o seu serviço operacional para recolher trotinetes danificadas ou vandalizadas e fazer a sua reparação.
Sobre a possibilidade de expandir o serviço para o Porto, Braga, Coimbra ou Aveiro – algo que é do interesse da Lime desde o seu início -, ainda não há novidades, tal como a possível entrada em Portugal já em 2019 de serviço de carsharing, que está a ser testado pela empresa.
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