O digital tem sido um porto seguro para a realização de eventos – mas as transmissões pela Internet têm as suas limitações. GCI criou um pavilhão virtual que já está a “acolher” eventos corporativos internacionais.
Com as salas de espetáculos com lotação reduzida e feiras e eventos adiados, há quem estude soluções que vão além das plataformas de videoconferência ou dos webinars. A portuguesa GCI é um dos exemplos, com o desenvolvimento da VirtualArena.pt, um pavilhão virtual para eventos (aqui pode ver uma demonstração).
Bruno Batista, CEO da GCI, reconhece que esta não era uma ideia que estivesse na cabeça há alguns meses. “Fomos para casa a 10 de março e achámos que isto iria durar duas, três semanas. Quando percebemos a gravidade é que começámos a explorar e a perceber a tecnologia que existia”. Com os eventos cancelados, o responsável da empresa aponta os webinar como “a versão pobre dos eventos, não permitindo grande inovação”.
Ao longo de dois meses, a equipa de 15 pessoas desenvolveu o projeto que permite criar um pavilhão virtual personalizável, uma solução chave na mão, com três opções de arena. A ideia é que a “experiência seja o mais completa possível, com tudo o que os eventos normais têm”, criando uma experiência digital mas com valor acrescentado. “Andámos muito para a frente nos eventos, mas por necessidade”.
Os clientes podem personalizar as salas e ter acesso a ambientes 3D feitos à medida, multi-streaming em tempo real, tecnologia de motion graphics ou gravação em estúdio ou local remoto. As gravações de oradores são projetadas num palco, como aconteceria no mundo real. A transmissão pode também ser acompanhada de diferentes ângulos de câmara.
Bruno Batista aponta que esta pode ser uma alternativa para o mundo dos eventos, mas não acredita que haja uma completa substituição do modelo real. “Abre portas para outras possibilidades, quem sabe para um modelo híbrido, talvez até a possibilidade para internacionalizar alguns projetos”.
A empresa tem assegurado a realização de eventos maioritariamente corporativos, inclusive para mercados internacionais, como os EUA. “Felizmente temos tido muito trabalho”. Em cima da mesa estão ainda algumas propostas para trabalhar o espaço para concertos, com novas soluções, como um algoritmo que permita aos músicos ouvir o público em casa, à distância.
Com a agenda de eventos com datas já para setembro e outubro, estão encontradas algumas vantagens em relação ao mundo real. Uma delas é a capacidade para receber mais pessoas – é possível assegurar até 200 mil pessoas a acompanhar um evento, com imagem em 4K. Em alguns casos, é possível “montar um evento mais rápido no digital do que num mundo real”, com preços base dos três ou quatro mil euros. Ainda assim, os custos finais dependem da dimensão do evento, da quantidade de pessoas a receber ou ainda do trabalho a nível de 3D.
A internacionalização deste conceito já está na mente da empresa, embora ainda se esteja “a pensar no que é possível fazer”. Europa e EUA” são geografias a explorar.
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