O boletim do Observatório de Cibersegurança dá conta de alguns dados sobre registos de incidentes feitos na plataforma CERT.PT no início da pandemia.
Os incidentes de segurança registados no serviço CERT.PT, integrado no Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), aumentaram significativamente no mês de março. Comparando com março do ano passado, os incidentes registados pelo CERT.PT no mês de março cresceram 176% (um aumento de 50 para 138 incidentes).
Entre fevereiro e março deste ano, o boletim dá conta do crescimento dos ataques de phishing registados por este serviço, com um crescimento de 217%. “Estas campanhas de phishing aproveitaram o confinamento para simular serviços digitais que têm um maior consumo e fidelização”, como serviços de homebanking, conteúdos digitais em streaming e ainda lojas online.
Na mesma nota, é indicado que as denúncias recebidas pelo Gabinete de Cibercrime do Ministério Púbico mais do que duplicaram entre fevereiro e março deste ano. Se em fevereiro foram recebidas 20 denúncias, em março o gabinete recebeu 46 queixas. Já no mês de abril foram recebidas 76 queixas, mostrando um novo aumento.
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A nota sublinha que os ciberataques têm vindo a crescer durante o período de pandemia, recorrendo a “engenharia social para tirar partido das fragilidades das vítimas”. Têm sido registados o aumento das campanhas de phishing recorrendo ao nome e identidade visual de organizações ligadas à área da saúde, com o objetivo de recolher dados pessoais; ataques de malware distribuídos através de emails ou de redireccionamento de DNS.
Outra das estratégias que se afigura como ameaça à cibersegurança é o uso de aplicações ligadas à covid-19 ou as fraudes digitais que pretendem recolher donativos para falsas compras de materiais médicos. O boletim do CNCS dá também conta do aumento das campanhas de desinformação durante este período, criadas com o intuito de culpabilizar pela pandemia grupos minoritários ou países.
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