Toy Story 4. Como saga inovadora com mão de Steve Jobs aumenta os recordes da Disney

Toy Story 4
Toy Story 4

O que é que Toy Story tem? Inovação, história e números como ninguém. A última sequela da Pixar – o 4º capítulo em 24 anos – já amealhou 650 milhões de dólares e continua a bater recordes e a alimentar o gigante Disney que já vai em 6,4 mil milhões de dólares de receitas em estreias de seis filmes, só em 2019.

A maior abertura de um filme animado em Portugal em 2019 (70 mil pessoas foram vê-lo no primeiro fim de semana) e uma surpresa ao conseguir mais receitas de bilheteiras na segunda semana em exibição do que na primeira a nível mundial. Toy Story 4 estreou em Portugal a 27 de junho (foi lançado nos EUA uma semana antes) e amealhou já 350 milhões de dólares.

Curiosamente, acabou por ter uma segunda semana melhor do que a primeira e é um incentivo na indústria, que tem tido uma série de sequelas mal sucedidas nos últimos tempos, mesmo com fortes investimentos – com X-Men Dark Phoenix, Godzilla e A Vida Secreta dos Bichos 2 a serem desilusões.

Esse valor é também um extra para um ano inédito e incrível em receitas para a casa mãe, Disney (que comprou a empresa a Steve Jobs em 2006). O rei das receitas este ano está a ser Vingadores: Endgame (foi relançado em algumas salas com cenas extra), que está a poucos dias e a 16 milhões de dólares de bater o recorde mundial em receitas de bilheteira, indica a Forbes, que pertence a Avatar com 2,78 mil milhões de dólares.

E porque é Toy Story tão especial para críticos e público?

Toy Story foi lançado pela primeira vez há 24 anos com o título inédito e inovador do primeiro filme a estrear nas salas totalmente feito em computador, isto em 1995. Mais de duas décadas depois e quatro filmes lançados, sem pressas, a saga que mostrou o caminho para a indústria de filmes de animação, continua a apaixonar novas gerações.

Toy Story é bem especial e único, desde que em 1995 começou a desbravar de forma inovadora o caminho dos filmes animados. Primeiro, foi a primeira longa metragem animada feita totalmente em computador e também o primeiro filme da Pixar. O pai do projeto foi John Lasseter, mas o visionário que lhe deu força e dinheiro quando poucos acreditavam no projeto é uma figura bem conhecida na inovação: Steve Jobs.

Foi ele, numa altura em que saiu de Apple desavindo com a empresa que fundou, comprou a Pixar em 1986. Dois anos depois foi lançada uma curta-metragem chamada Tin Toy, onde John Lasseter mostrava a sua paixão por brinquedos clássicos no primeiro filme feito computador a ganhar um Óscar (como Melhor Curta de Animação).

Depois, a história apelativa esteve sempre no centro da saga, com guiões capazes de agradar como poucos críticos e ao público, de miúdos a graúdos. Resultado? Sucesso surpreendente de bilheteira em 1995 – isto num filme feito de forma inovadora a nível técnico e sucesso de crítica com surpreendente presença nos Óscares numa categoria inédita para um filme animado – foi nomeado como melhor argumento.

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Toy Story

Público farto de más sequelas

À Bloomberg, o analista da Box Office Pro Shawn Robbins explica que o público não está farto de sequelas propriamente, está sim farto das que são mal feitas e não trazem nada de novo. Em contraste, Toy Story não desilude e tem sido universalmente elogiado pelo público e pela crítica – como nos outros três filmes. Em 24 anos nada mudou, portanto.

O nível é muito elevado tanto a nível técnico como na história contada, o que é o mesmo que dizer que é fácil crianças de três anos saírem tão satisfeitas e prontas para abraçar este (para elas) novo mundo dos brinquedos com vida, sentimentos e desejos que Woody, Buzz e companhia nos apresentam, como os seus pais já na casa dos 30 ou 40. Toy Story vive entre gerações com uma jovialidade notável, para uma história que mantém os mesmos protagonistas há 24 anos, mas soube criar novos motivos de interesse e reinventar-se com histórias e sentimentos tão novos quanto cativantes.

Para a Pixar (já há algum tempo propriedade da Disney), Toy Story, quatro filmes e 24 anos depois, é a sua saga mais bem sucedida enquanto a sequela de Carros de 2017 (Carros 3) ou O Bom Dinossauro, de 2015, foram flops que não resistiram ao tempo.

Segue-se o regresso do Rei Leão

O próximo momento forte para a Disney é o remake – não se trata de uma sequela – de O Rei Leão, que estreia a 18 de julho. E esta quinta-feira surge também a reposição de Os Vingadores: Endgame, com cenas extra no final do filme, numa manobra que vai ajudar a que o fecho da saga dos Vingadores ultrapasse Avatar, de 2009 (celebra este ano 10 anos) como o filme com melhor receita de bilheteira de sempre.

De acordo com o Hollywood Reporter, o que o sucesso dos filmes Disney está a mudar é a própria distribuição dos filmes rivais, isto porque ninguém quer estrear nesta altura filmes na mesma altura das grandes apostas (e são cada vez mais, entre Marvel, Disney e Pixar) da casa mãe Disney.

Apesar do flop ocasional vivem-se tempos entusiasmantes na Disney. A empresa em breve vai lançar o seu serviço de streaming (Disney+) com muito dinheiro para gastar e muito por onde experimentar.

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DISNEY, rainha em 2019

Em seis filmes lançados este ano, os filmes da Disney já amealharam 6,4 mil milhões de dólares em receitas de bilheteira:

  • Vingadores: Endgame: 2,77 mil milhões de dólares
  • Capitão Marvel: 1,13 mil milhões
  • Aladino: 922 milhões
  • Toy Story 4: 650 milhões
  • Homem Aranha: 580 milhões
  • Dumbo: 352 milhões

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