Dentro da Samsung Digital City, a poucos quilómetros de Seul, há um espaço onde é possível explorar ideias e, quem sabe, criar novos negócios.
A entrada do C-Lab, onde “C” representa a palavra criatividade, é diferente dos restantes espaços do edifício Central Park. Com paredes coloridas, pufes e pequenos sofás, o espaço incentiva à colaboração e às ideias mais criativas – “com aspeto de startup”, como explica o jovem engenheiro encarregado de mostrar os cantos à casa desta incubadora.
Em dezembro de 2012, a Samsung decidiu criar o C-Lab, onde qualquer funcionário pode apresentar uma ideia de produto que, quem sabe, até pode materializar-se num potencial negócio. Dos milhares de trabalhadores, já houve pelo menos um milhar a passar pelos bancos coloridos da incubadora de ideias. Os números mais recentes estão expostos numa das paredes, logo à entrada: 247 projetos, com 43 das ideias ainda em estado de desenvolvimento.
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Qualquer funcionário da empresa pode candidatar-se a passar um período de tempo a trabalhar numa ideia que ache inovadora. Não há restrições à área de atividade, já que é possível desenvolver um projeto que seja fora da área de trabalho. A única condição? Participar num dos dias de pitch de ideias e estar disponível para o debate de pensamento. Se o projeto tiver pernas para andar, a tecnológica dá a oportunidade de usufruir de umas “férias” do local de trabalho e mudar-se para o C-Lab.
Pelo menos duas vezes por ano, há uma mostra de protótipos e partilha de ideias com a população da cidade digital, para que todos fiquem a par dos trabalhos desenvolvidos na incubadora da casa.
No final do período de incubação, onde é disponibilizado espaço e apoio para desenvolver novos modelos de negócio, há hipótese de escolha: regressar ao posto de trabalho, ver a ideia ser integrada na Samsung ou criar a própria empresa, como um spin-off da tecnológica sul-coreana. Deste último cenário já resultaram 32 novas empresas.
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Com mais de duas centenas de projetos, há uma clara preferência pela área dos serviços, pela realidade virtual e pela realidade aumentada. Já do lado das fintechs, contam-se apenas dois projetos desenvolvidos dentro do C-Lab.
Todos os anos, a Samsung ruma a eventos como o Consumer Eletronics Show, em Las Vegas, ou o Mobile World Congress, em Barcelona. Alguns dos projetos incubados no C-Lab, como a assistente digital para cuidados de pele Lululab ou o cinto inteligente Welt, são exemplos de ideias que já saltaram das paredes da incubadora para os holofotes dos eventos.
* A jornalista viajou a convite da Samsung
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