À segunda edição, o evento DSTP Day está maior e preparado para mostrar todo o potencial da área da Data Science, juntando a comunidade de cientistas de dados.
É, para muitos, uma das profissões mais “quentes” do momento – especialmente numa altura em que as empresas olham para os dados como um fruto apetecível para servir de base a eventuais estratégias de negócio. Em 2016, surgia o projeto Data Science Portugal, com o intuito de ligar os data scientists portugueses, explica Rui Mendes, fundador da Associação Portuguesa de Ciência de Dados.
O responsável destaca que a ideia era criar um momento de partilha, “num espaço informal onde fosse possível mostrar casos de uso reais tanto da indústria como academia, que servisse como um local rico em partilha de conhecimento e, com isso, criar uma verdadeira comunidade”.
O DSTP Day, que está na segunda edição, decorre ao longo de dois dias, entre o dia 25 e 26 de outubro, na Fundação Cupertino de Miranda, no Porto. A duração alargada do evento é uma das novidades, mas não a única, salienta a organização. “O primeiro dia será focado em workshops e atividades que prometem relacionar a indústria com a academia. O segundo dia será dedicado às keynotes, talks e outras atividades”, explica Rui Mendes.
Leia também | Profissionais de tecnologia em Portugal podem ganhar até 95 mil euros por ano
“Teremos também como novidade a realização de atividades em paralelo de modo a, proporcionar, por um lado, o networking entre participantes e por outro, despoletar a curiosidade e discussão de assuntos disruptivos ou ainda em investigação. No fundo, tentaremos proporcionar diferentes experiências durante todo o evento cobrindo algumas skills que achamos necessárias desenvolver”.
A organização espera “cerca de 450 participantes”, com os portugueses a dominar na plateia. Rui Mendes, fundador da DSPT explica que o evento também já atrai outras nacionalidades, com participantes “internacionais vindos de países como a Alemanha, Espanha, Inglaterra, Brasil, França, Rússia e Bélgica”.
A porta está também aberta aos estudantes, com a organização a disponibilizar bilhetes a um preço mais acessível. Assim, os estudantes poderão “apresentar os seus projetos à comunidade”.
Uma ciência transversal a várias áreas
A frase é ouvida até à exaustão – “os dados são o novo petróleo”. Para um data scientist, há que “sujar” as mãos para conseguir retirar informação proveitosa de uma grande quantidade de informação. Com cada vez mais empresas interessadas em recorrer a este tipo de profissionais, a procura é bem mais elevada do que a oferta. “A ciência de dados é uma ciência altamente aplicada que é transversal a muitas áreas. Hoje em dia, qualquer indústria faz uso de metodologias e técnicas de Machine Learning ou Inteligência Artificial para melhorar processos, vendas ou mesmo produção”, explica Rui Mendes, sublinhando que é ainda “transversal a todos os setores”.
Leia também | Zomato. A app criada para a descoberta gastronómica alimenta-se de big data
“As empresas estão cada vez mais a recolher dados, mas muitas vezes não sabem o que fazer com esses dados nem se os mesmos possuem qualidade”, indica o responsável da DSPT. “É aí que um data scientist pode ajudar, a fazer sentido aos dados. Mas, à semelhança de todas as profissões “novas”, carece ainda de amadurecer e de se adaptar ao próprio mercado”. Na visão de Rui Mendes, esta “novidade” está também a provocar alterações no mundo da academia, que “tenta adaptar-se para dar resposta a esta procura abundante de perfis data driven”.
Para a organização, o DSPT Day funciona ainda como um evento onde é possível encontrar topo o tipo de talento desta área. “O facto de ser um evento criado e organizado a pensar na vertente técnica, ou seja, para os data scientists, faz com que seja um ponto de encontro, onde se pode encontrar algumas das mentes mais brilhantes de Portugal, sejam elas perfis mais juniores ou seniores, mas todas com enorme potencial e talento”.
Talkdesk. É importante mostrar o potencial dos dados sem arriscar a privacidade, diz líder de IA