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Nova SBE: uma universidade à americana e sem medo da tecnologia

Imagem: Nova SBE
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Da esq. para a direita: João Deusdado e Mafalda Barbosa (Nova SBE) e Rui Calmão (Axians). Álvaro Isidoro/Global Imagens
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O campus da Nova tem uma cultura de praia e de tecnologia, como algumas privilegiadas na costa da Califórnia, EUA. Aqui tudo é high-tech, desde as salas à internet junto ao mar.

“Não queremos ser uma escola de tecnologia, mas há que garantir que os estudantes saem da escola sem medo de tecnologia”, esclarece Mafalda Barbosa, diretora de IT da Nova School of Business and Economics (SBE), que está prestes a mudar-se para o novo campus de Carcavelos, em Cascais, abandonando o espaço de Campolide, que serviu de casa durante cerca de 30 anos.

A obra é uma construção ambiciosa, que está a transformar 70 mil metros quadrados, onde 70% do espaço da escola será exterior. São 64 salas que vão receber, até meados de setembro, os alunos das licenciaturas, mestrados e formação de executivos, de uma forma gradual.

Na nova casa, que quer criar o conceito Nova Way of Life, combinando uma estrutura de universidade aberta ao público, sem muros e a um passo da praia, há um denominador comum: a tecnologia. É na sala 201, por cima daquele que será o átrio principal, que se situa “a coluna vertebral” da experiência tecnológica deste campus: o Data Center.

“Foi criado de raiz, para ser resiliente e flexível”, explica João Deusdado, gestor de programa de transformação tecnológica do campus, enquanto se tenta fazer ouvir acima do barulho gerado pelo próprio Data Center. Não é por acaso que a visita começa aqui, onde serão armazenados os dados gerados por toda a estrutura tecnológica, que conta com parcerias com empresas como a Axians, Cisco e Microsoft.

“Este novo campus inclui uma infraestrutura, além do Data Center, de rede de comunicações de voz e vídeo, e de cibersegurança de alto desempenho, atual e com capacidade de crescimento futuro”, avança Mafalda Barbosa.

A instalação da rede wi-fi, com a ambiciosa premissa de levar a “ligação à internet até à linha de água”, é um ponto de destaque a cargo da Axians. A Cisco será a empresa parceira responsável por uma nova estrutura dentro da Nova SBE, o Experience Hub, um espaço que “vai acolher empresas, investigadores, professores e alunos em iniciativas de vários tipos”, refere João Castro, diretor do Nova Center for Digital Business. Já a Microsoft assegurará ainda a experiência Office 365 e dotará o Experience Hub de produtos Surface, para que os alunos coloquem a mão na massa.

Para assegurar os trabalhos dedicados à estrutura tecnológica do campus existe uma equipa de 12 pessoas, “composta por especialistas seniores”, explica João Deusdado. “A ideia é que os sistemas não sejam silos isolados, que haja uma aproximação da realidade do que se passa no campus.” “É importante percebermos quem vai utilizar os espaços e como os utiliza”, avança o gestor de programa.

Além da equipa responsável pela implementação tecnológica, também trabalha na sala 201 a equipa que irá gerir os recursos energéticos. A universidade assinou um protocolo ligado à sustentabilidade com o Ministério do Ambiente: o campus estará dotado de sensores que permitirão fazer uma gestão mais eficaz dos recursos energéticos disponíveis.

Recursos geridos com sensores

Apesar de a Nova SBE querer crescer em número de alunos, há algo que é finito: as salas e os espaços de estudo. E, como explica João Deusdado, “a escola tem recursos finitos que vão ser geridos através de sensores”. Através dos mesmos pontos de acesso que fornecem ligação wi-fi, será possível analisar a informação gerada pelos pontos de acesso e perceber qual a distribuição das pessoas pelo espaço do campus.

A lógica não é a de transformar a universidade num gigante Big Brother, mas sim gerar dados que ajudarão a coordenar aspetos como horários de aulas ou espaços de estudo, por exemplo. Permitirá perceber se há espaços menos frequentados ao longo do ano letivo e quais as suas lógicas de utilização, por exemplo. Num cenário hipotético, esta gestão permite desligar luzes ou aquecimento de áreas não usadas.

O mesmo acontecerá com a utilização dos espaços de estudo, uma das questões apontadas pelos alunos no campus de Campolide. João Deusdado explica que a ideia também será a de “dar informação ao estudante para poder perceber como os espaços estão a ser ocupados e que espaços é que estão livres”.

A disposição dos pontos de acesso wi-fi funciona numa “lógica de triângulo”, como explica Rui Calmão, Business Unit Manager da Axians. “Os pontos de acesso são dispostos nas salas ou auditórios a formar um triângulo, para que haja um reforço do sinal.” O especialista destaca também outra particularidade do campus: “Inicialmente, o projeto previa dez mil pontos de acesso de rede”, que acabaram por ser reduzidos para três mil, sendo substituidos por um reforço das ligações wi-fi.

Ainda na fase de planeamento, Rui Calmão insistiu que os alunos já não incluem cabos de rede na lista de material a levar para a universidade. “Vejam aquilo que está nas mochilas dos alunos”, argumentava nas reuniões preparatórias.

João Deusdado concorda, referindo que o reforço da rede wi-fi “pesou na questão da sustentabilidade”. Além de ser uma solução mais adaptada às necessidades dos alunos também possibilita acompanhar o aumento do número de dispositivos com ligação à internet que cada aluno, docente ou funcionário leva consigo.

Tecnologia ao serviço da gestão

Voltemos à ideia da SBE não querer ser vista como uma universidade de engenharia ou de tecnologia, uma afirmação que também é corroborada por João Deusdado e pelo dean da Nova SBE, Daniel Traça.

“O gestor do futuro tem de ser alguém que não se assusta com tecnologia, tem de olhar com criatividade para a tecnologia”, aponta João Deusdado.

Para Daniel Traça é uma questão de linguagem. “Mais do que não ter medo da tecnologia é ter a capacidade de os alunos tirarem partido da tecnologia e trazê-la para as suas organizações. Queremos pessoas capazes de fazer a ponte entre a gestão e as pessoas ligadas à tecnologia, formar pessoas que sejam capazes de falar a mesma linguagem.”

O responsável pela Nova SBE refere que esta aposta surge como um incentivo. “No fundo, o que estamos a fazer é olhar para a forma como podemos motivar os alunos com a tecnologia, criar mais formas de colaboração e mais mobilidade na forma como estes trabalham.”

Além de já ser dada formação de mestrado em dados, a partir deste ano letivo há outra novidade no currículo das licenciaturas da SBE: a introdução de uma cadeira de Programação, que estará disponível como opcional – ou não fosse a programação uma linguagem do futuro.

*Este artigo foi originalmente publicado na edição de agosto de 2018 da revista Insider com o título ‘Uma universidade à americana’.