2018: Odisseia só com tecnologia. Dia de realidade virtual (o fim)

    Na era dos Uber, assistentes digitais (ainda sem o português de Portugal como opção), da realidade virtual, dos pagamentos sem cartões nem carteiras, tentámos viver uma semana com o máximo de tecnologia que encontrámos disponível para todos.

    O desafio, feito em Lisboa, trouxe algumas (boas) surpresas e algumas dificuldades e, claro, não foi possível ser sempre totalmente tecnológico. Venha connosco nesta aventura tech que será partilhada no site da Insider ao longo dos próximos sete dias.

    Leia sobre o primeiro dia desta aventura: 2018: Odisseia (de 7 dias) só com tecnologia, dia 1

    Leia sobre o segundo dia desta aventura: 2018: Odisseia só com tecnologia. Ginásio em casa (dia 2)

    Leia sobre o terceiro dia desta aventura: 2018: Odisseia só com tecnologia. Mobilidade à moda da Uber (dia 3)

    Leia sobre o quarto dia desta aventura: 2018: Odisseia só com tecnologia. Das escovas elétricas à realidade aumentada (dia 4)

    Leia sobre o quinto dia desta aventura: 2018: Odisseia só com tecnologia. Cinema 4DX e companhia (dia 5)

    Leia sobre o sexto dia desta aventura: 2018: Odisseia só com tecnologia. Hotel smart com vista para o futuro (dia 6)

    DIA 7. Realidade virtual.

    Acordei com a tal vista para o Saldanha, no Hotel Evolution e a abrir os estores com o telemóvel. Reparei que não faltavam estrangeiros, alemães, franceses, norte-americanos e todos pareciam à vontade com o hotel tech. Acabei de ver o episódio da série da Netflix Atypical, que já tinha começa a ver no televisor de casa uns dias antes, no tablet (vantagens da tecnologia, que sabe em que parte do episódio é que íamos mesmo em aparelhos diferentes).

    Depois de um pequeno almoço doce e pouco tecnológico, fui à praça observar os utilizadores das bicicletas partilhadas Gira. Fiquei surpreendido pela quantidade de utilizadores (existem três estações na zona) e também com a escassez de bicicletas para tantas docas (houve vários momentos em que mais do que uma estação não tinha nenhuma bicicleta). Foi o que aconteceu quando fui testar o serviço. Paguei €2 pelo passe diário (dá direito a 45 minutos de uso). Logo aí a primeira dificuldade: o pagamento por PayPal deu erro duas vezes. Resultado (verifiquei mais tarde), paguei seis euros (a app não devia cobrar quando dá erro). Depois, paga-se uma caução de 300 euros que é devolvida se correr tudo bem – algo que nem os serviços de carsharing têm. Custa sempre ver ser cobrado no cartão de crédito 300 euros por uns minutos de uso de uma bicicleta (quem compra passes mais longos não paga).

    O desbloqueio da bicicleta (em segundos) foi fácil e rápido e, depois, ajustado o banco, foi usar. Não é a bicicleta mais confortável, mas funciona. A posição de condução é elevada e até tem um pequeno suporte para por o telemóvel. A zona do Saldanha tem boas ciclovias, por isso, o passeio foi até à Alameda, perto de 1,5 km. Ajudou ser a versão elétrica, que dá uma ajuda preciosa nas subidas (tem cinco níveis de apoio), ao ponto de nunca suarmos. Deixámos a bicicleta na estação junto ao Técnico e depois pegámos noutra para voltar. Infelizmente estamos (muito) limitados à estações – com a chegada das trotinetes da Lime a Lisboa [na altura desta reportagem ainda não tinham chegado, agora já chegaram] haverá novas soluções sem a ‘prisão’ das estações.

    A tarde trouxe nova aventura tech: o jogo de realidade virtual Zero Latency, um espaço de 200 m2 no Dolce Vita Tejo. Em vez do jogo dos zombies, escolhi outro chamado Singularity. A acompanhar-me o meu irmão mais novo e três amigos dele, todos de 23 anos (menos eu). Mal entramos na zona de briefing, o entusiasmo é contagiante ao olhar-se para o equipamento: uma metralhadora e uma mochila onde estão os óculos de realidade virtual e os auscultadores.

    Depois entramos na sala, toda escura, enorme. Tudo muda quando colocamos os óculos. Afinal estamos numa nave espacial, controlada por um sistema de inteligência artificial que comanda robôs, drones e derivados. Fazemos equipas e começamos a missão. É incrível a forma como nos sentimos imersos na ação virtual, não corremos, mas andámos pela nave a matar bichos, a interagir e falar com a nossa equipa e a delirar numa experiência única, mais espetacular e sonhadora do que o paintball.

    A qualidade de imagem dos óculos e o funcionamento das armas surpreendeu e, para os jovens de 23 anos, foi motivo de euforia (contagiante, diga-se). O preço: €19,95 por pessoa. Chegados à noite, imbuído no espírito virtual, peguei nuns óculos em cartão que tenho lá em casa e usei o telemóvel para ver trailers e pedaços de filmes, mas a qualidade de imagem (e de experiência) não era a mesma e a vista ficou cansada passado pouco tempo. A tecnologia não é toda igual.