Andam há anos a permitir-nos ouvir música sem incomodar ninguém. Mas sabe como é que surgiram os primeiros auscultadores?
Tudo começa em 1910. Quando foram inventados numa cozinha no Utah, nos Estados Unidos, pelas mãos de Nathaniel Baldwin, ainda não passavam do estatuto de engenhoca. Mas isso só vigorou enquanto a Marinha norte-americana não percebeu o potencial que ali havia. Para isso, reza a lenda que Baldwin (nascido em 1878, em Filmore, no Utah) enviou um protótipo dos primeiros auscultadores ao comandante A. J. Hepburn, acompanhados de uma nota onde explicava que funcionariam como uma espécie de telefones no formato de headset.
Depois de, inicialmente, ignorar a mensagem, o oficial da Marinha percebeu que havia ali potencial para transmissão de som. Resultado? A Marinha encomendou mais auscultadores a Baldwin, que só podia produzir até dez aparelhos na sua cozinha – o que implicava sérias restrições à produção.
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E assim foi a vida dos auscultadores, usados quase exclusivamente para comunicações rádio até 1958. Nesse ano, John Koss, também ele americano, dá um novo uso aos auscultadores – feitos para ouvir música. Tudo evoluiria para um negócio e a criação de uma empresa, a Koss Corporation, que ainda hoje fabrica auscultadores.
Avancemos até 1979, ano em que a japonesa Sony torna os auscultadores bem mais compactos, para acompanhar a revolução do Walkman, que introduzia portabilidade na forma como se ouvia música. Dez anos depois, o Dr. Amar Bose – sim, o mesmo da empresa – apresentava a tecnologia de redução de ruído, especialmente virada para a indústria da aviação.
Em 2001, a Apple reduz ainda mais o tamanho dos auscultadores e apresenta os Earbuds, mais compactos, para colocar no interior da orelha. Em 2016, a Apple retiraria os fios e evoluía para os AirPods – e há mais marcas que já seguiram a lógica da marca da maçã, com auscultadores de pequenas dimensões, que querem criar uma experiência independente de fios.
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Este artigo foi originalmente publicado na edição de agosto/setembro de 2018 da revista Insider com o título ‘Da Marinha até aos melómanos’.