Testámos o pequeno dobrável da Samsung Z Flip. Em modo fechado é bem compacto, fácil de usar e prático. Mas nem tudo é perfeito (a começar pelo preço). Veja o vídeo.
Era uma das possíveis modas para 2019, mas mesmo em 2020 ainda não pegou de forma clara. Os smartphones de ecrãs dobráveis parecem ser uma pedrada no charco dos smartphones com o mesmo formato retangular e fixo há mais de uma década, mas o preço ainda é o seu maior calcanhar de Aquiles.
O Z Flip é a segunda aventura da Samsung no mundo dos dobráveis que chegou já em março a Portugal, com a peculiar diferença que se trata de um modelo que recria os antigos telefones concha e, no formato mais alongado, tem as dimensões típicas de um smartphone normal (sendo ligeiramente mais comprido) – o ecrã fica com 6,7 polegadas.
A marca coreana foi a primeira a lançar no mercado um modelo de ecrã dobrável, embora entre problemas iniciais na segurança do Fold, um relançamento com melhorias que só chegou a Portugal em unidades limitadas na véspera do Natal passado e o preço, nem tudo foram rosas. Já este agosto a segunda geração do Fold, o Z Fold 2, parece ter resolvido alguns problemas do modelo que abre e fecha como um livro e no modo aberto é um pequeno tablet quadrado.
Voltando ao Z Flip, não lhe falta estilo e carisma, com cores fortes (incluindo um rosa brilhante que testámos) e um certo lado retro pela tal semelhança com os telefones concha. Só o abrir e fechar (nem sempre fácil fazê-lo só com uma mão) é uma lufada de ar fresco no mundo dos smartphones, o mesmo acontece com a possibilidade de usar o modo meio aberto para colocá-lo estável numa mesa e, por exemplo, tirar assim uma selfie (não são necessários acessórios). No modo fechado temos acesso a um pequeno ecrã no canto superior esquerdo que dá as horas e alguma notificação premente.
Do teste que fizemos, gostámos do estilo e do carisma próprio que ostenta, as novas funcionalidades possíveis com o novo formato, bem como o lado prático de colocá-lo no bolso de forma mais confortável no modo fechado – embora seja mais espesso do que o normal, é bem mais pequeno em largura e altura -, de o abrir para atender uma chamada (trazendo reminiscências de telefones do início dos anos 2000) e do facto de ser fácil de usar, embora a zona do ecrã com dobra seja visível e se sinta à passagem do dedo. É rápido e eficiente no uso (embora não tenha a última geração de processadores). A nível de fotografia, tem duas câmaras bastante capazes, uma de grande angular e outra normal – 12 MP, f/1.8, 27mm (wide); 1/2.55″, 1.4µm, Dual Pixel PDAF, OIS.
Pelo lado menos positivo, o preço desde logo: 1529 euros. O valor é bem avultado até porque é um telefone com fragilidades – há mesmo avisos sobre o facto de não ter grande proteção contra água ou pó (ao contrário da maioria dos smartphones atuais) e para os cuidados que se deve ter com o ecrã. Além disso, o ecrã dobrável parece sólido quanto baste, mas sentir-se a dobra ao passar o dedo, não sendo um problema pode não agradar a todos e à volta do ecrã há um pequeno aro saliente de proteção que também não é ideal. Além disso, por ser estreito e alongado, dá a sensação das teclas serem mais apertadas no ato de escrever. A bateria também está longe de ser ideal (3300 mAh) em termos de autonomia.
Samsung Fold. Testámos o smartphone-tablet dobrável sem pensar no preço (€2049)