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O discurso corrosivo do CEO da Apple contra as grandes empresas de Silicon Valley

1. Tim Cook falou esta quarta-feira no Parlamento Europeu sobre privacidade e inteligência artificial. Fotos: REUTERS/Yves Herman
2. Discurso de Tim Cook no Parlamento Europeu
3. Discurso de Tim Cook no Parlamento Europeu
5. Discurso de Tim Cook no Parlamento Europeu
6. Discurso de Tim Cook no Parlamento Europeu
7. Discurso de Tim Cook no Parlamento Europeu

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O diretor executivo da Apple, Tim Cook, está preocupado com o estado atual da tecnologia e diz que “a crise é real”, sobretudo pela falta de privacidade.

Tim Cook, líder máximo da Apple, não poupou palavras no discurso que fez esta quarta-feira no Parlamento Europeu. Mesmo sem ter referido nomes em concreto, o CEO deixou fortes críticas àqueles que formam um “complexo industrial de dados”, referindo-se às empresas que recolhem um grande volume de informações pessoais dos utilizadores.

“Na Apple acreditamos que a privacidade é um direito humano fundamental. Mas também reconhecemos que nem todos veem as coisas da mesma forma. De certa forma, o desejo de colocar os lucros à frente da privacidade não é algo novo”.

Tim Cook acrescentou depois: “A nossa informação, desde o dia a dia até àquela que é extremamente pessoal, está a ser usada como uma arma de eficácia militar contra nós”.

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“Todos os dias, milhares de milhões de dólares trocam de mãos e decisões incontáveis são feitas com base nos nossos gostos e não gostos, nos nossos amigos e famílias, nas nossas relações e conversas, nos nossos desejos e medos, nas nossas esperanças e sonhos”.

Mas Tim Cook tinha mais para dizer. “Levado ao extremo, este processo cria um perfil digital que perdura e permite às empresas conhecerem-vos melhor do que se conhecem a vós próprios. O vosso perfil é depois executado através de algoritmos que podem servir cada vez mais conteúdos extremos, tornando as nossas preferências inofensivas em fortes convicções”.

“Não devemos embelezar as consequências. Isto é vigilância. E estes montes de dados pessoais servem apenas para enriquecer as empresas que os recolheram”.

O discurso, que pode ser lido na íntegra na publicação CNBC, foi dominado por um tom duro, mas Tim Cook também mostrou alguns rasgos de confiança de que o futuro será melhor. ‘Aplaudiu’ os eurodeputados pela criação do Regulamento Geral da Proteção de Dados (RGPD) e diz que políticas semelhantes são necessárias nos EUA.

“Precisamos de agir para garantir que a tecnologia é desenhada e desenvolvida para servir a humanidade, e não o contrário”. Antes já o diretor executivo da Apple tinha defendido que “as novas tecnologias são a força motriz dos avanços dos melhores projetos comuns da humanidade”.