Os dados de 267 milhões de utilizadores do Facebook podem estar comprometidos, avança o site Comparitech, citando um analista de segurança. A base de dados estará a circular na internet.
Os dados pessoais de 267 milhões de utilizadores do Facebook terão sido comprometidos, revela o site Comparitech. De acordo com o site, que avança a pesquisa do investigador de segurança Bob Diachenko, esta base de dados estaria disponível na internet, sem a necessidade de uma palavra-passe ou outro tipo de autenticação. Os analistas acreditam que esta base de dados ainda seja resultante de operações de abuso das API do Facebook (interfaces de programação de aplicações, que permitia integrar a rede social noutros produtos).
O investigador de segurança indica que reportou a existência desta base de dados ao serviço onde a informação estava alojada, mas que, ainda assim, a informação esteve disponível para consulta durante um período de suas semanas. Além disso, o investigador refere que encontrou, mais tarde, a indicação de que esta enorme quantidade de informação tinha sido copiada para um fórum de hackers.
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Esta base de dados terá informações como identificação do utilizador, números de telefone e nomes. Com esta quantidade de informação, os investigadores alertam para a possibilidade de um aumento dos esquemas de phishing, especialmente através de mensagens de texto ou chamadas telefónicas.
Segundo a informação avançada pelo site Comparitech, a base de dados terá sido indexada a 4 de dezembro e, mais recentemente, copiada para o fórum de hackers a 12 de dezembro. Atualmente, já estará indisponível, pelo menos na localização onde foi encontrada por Diachenko.
Ao site Engadget, um porta-voz do Facebook indica que a empresa “está a analisar a questão, acreditando que é muito provável que a informação tenha sido obtida antes das mudanças feitas nos últimos anos para proteger a informação das pessoas”.
É aconselhável que, além de reverem a informação acessível no Facebook, os utilizadores fiquem especialmente atentos à receção de mensagens suspeitas ou outro tipo de comunicações não solicitadas ou que possam parecer estranhas.
Questões de privacidade no Facebook
Esta não é a primeira vez que surgem notícias de que a informação dos utilizadores do Facebook foi comprometida. Em setembro, uma empresa de segurança encontrou uma base de dados com informação de 419 milhões de contas.
Antes disso, em 2018, um ataque expôs dados de 29 milhões de utilizadores. Também em 2018, rebentou o escândalo da Cambridge Analytica, empresa que teve acesso aos dados de milhões de utilizadores, com o intuito de apresentar anúncios e mensagens que permitissem influenciar a decisão de voto em momentos eleitorais decisivos, como as eleições presidenciais americanas ou o referendo para a saída do Reino Unido da União Europeia. O Facebook partilhou dados dos utilizadores com a Cambridge Analytica, obtidos a partir de um aparentemente inofensivo teste de personalidade disponível na rede social.
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O caso Cambridge Analytica custou cinco mil milhões de dólares ao Facebook, após a decisão da FTC (Federal Trade Comission), o regulador de mercado dos Estados Unidos. Mark Zuckerberg, que é dono das quatro aplicações sociais mais descarregadas dos últimos dez anos, classificou a multa como “histórica”.
O caso Cambridge Analytica abalou a confiança dos utilizadores no Facebook e trouxe a público novas preocupações com manipulação de dados, especialmente para manipulação de momentos eleitorais. A multa avultada não foi a única consequência para o Facebook: a decisão da FTC também implicou a criação de novos cargos na estrutura da rede social, para supervisionar as decisões na área da privacidade.
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