O grupo conhecido como REVOLT ficou ‘offline’ depois de as autoridades terem levado o servidor que alojava o site dos hackers.
É conhecido no mundo online como Voksi. Sabe-se que é de origem búlgara e que é um dos maiores hackers de videojogos do mundo. Porquê? Porque lidera um grupo de pessoas que conseguiu ultrapassar o Denuvo, uma ferramenta antipirataria de videojogos e que durante anos foi inquebrável.
Esta terça-feira, Voksi foi detido pela polícia búlgara. O próprio confirmou a informação na plataforma Reddit. “A polícia veio e levou o servidor e o meu computador. Tive de ir à polícia depois e explicar-me”, escreveu.
“Infelizmente não vou mais poder fazer o que fazia. Fazia o que fazia por vocês e, claro, porque os software em excesso nos nossos jogos não deviam ser permitidos. Talvez alguém possa continuar a minha luta”.
Voksi diz que depois da detenção enviou um email à empresa responsável pelo software anti-pirataria Denuvo, a Irdeto, e que ofereceu uma solução pacífica. “Eles ainda não podem dar garantias, disseram que a palavra final vai ser do procurador do meu caso”.
O hacker búlgaro lidera um grupo que dá pelo nome de REVOLT e que trabalha para tentar contornar as limitações técnicas impostas pelo Denuvo.
A luta continua
O Denuvo, comprado pela Irdeto no início de 2018, foi criado como uma camada de segurança extra para impedir a pirataria de videojogos. Nos primeiros anos o Denuvo foi um sucesso, ao ponto de um dos maiores grupos piratas de gaming, o 3DM, ter declarado no início de 2016 que ia deixar de tentar contornar a segurança dos videojogos, por ser tão difícil e, até de alguma forma, frustrante.
“De acordo com as atuais tendências no desenvolvimento de tecnologias de segurança para videojogos, temo que em dois anos não existam no mundo jogos gratuitos para serem jogados”, disse na altura um utilizador que dava pelo nome de Bird Sister e que era o líder do grupo 3DM.
Foi justamente em 2016 que a luta voltou a ficar equilibrada. Nesse ano alguns jogos protegidos com o Denuvo foram pirateados e desde então vários títulos, mesmo os mais recentes, têm sido disponibilizados de forma gratuita e ilegal.
Atualmente o grupo REVOLT está ‘offline’, depois dos arrestos feitos pela polícia búlgara, mas ainda há outros grupos hackers de videojogos em atividade.