Os operadores britânicos EE e Vodafone UK, estão prontos para lançar redes 5G no Reino Unido mas excluíram agora os smartphones 5G da Huawei da sua operação. Curiosamente, redes 5G continuam a ter infraestrutura da marca chinesa.
O operador britânico EE anunciou esta quarta-feira que a sua rede 5G irá estar operacional no Reino Unido já a 30 de maio em seis cidades britânicas. No seu grande evento de 5G, os telemóveis da Huawei já com esta tecnologia foram à última hora excluídos das opções dadas aos consumidores britânicos pelo recente bloqueio dos EUA à empresa.
O mesmo fez a Vodafone do Reino Unido. Embora só disponibilize em julho as redes 5G, o operador também excluiu agora os modelos 5G da Huawei das opções. Ou seja, para já é a Samsung a ganhar com tudo isto, já que o seu S10 5G será um dos principais aparelhos que quem quer usar 5G terá – a Huawei é o grande rival nesta área da Samsung. Em alternativa à coreana Samsung, sobram também o novo Oneplus 7 Pro, o Oppo Reno 5G (estas duas são marcas chinesas) e o LG V50.
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O CEO da EE, Marc Allera, admitiu, no entanto, que a operadora continua a trabalhar com a Huawei (e não só) nas redes 5G e não tem quaisquer planos de mudar essa estratégia nesta altura. A Vodafone UK também não alterou os planos de utilizar modems da Huawei nas suas redes 5G.
Francisco Jerónimo, analista principal da consultora IDC, uma das mais relevantes no mercado de smartphones a nível global, indica que outro dos problemas para a Huawei com o bloqueio decretado pelos EUA passa pelo acesso a alguns componentes. Além da Intel e Qualcomm, empresas americanas, poderem também bloquear a Huawei, pode haver outras repercussões mesmo que a Huawei até faça os seus próprios chips, através da sua subsidiária HiSilicon – a Qualcomm dá componentes a alguns smartphones da marca e a Intel fornece os processadores dos seus portáteis.
“Existem alguns fornecedores da Huawei como a britânica ARM Holdings, que fornece material para os chips da empresa, que pode deixar de fornecer esses componentes, dificultando toda a operação”, diz o analista. Certo é que a empresa chinesa, de acordo com a Bloomberg, tem três meses de componentes armazenados e não vai sofrer, para já, com o bloqueio a nível de produção.
Só em 2018, a Huawei, marca líder em Portugal, vendeu mais de 200 milhões de smartphones a nível global.
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