Subsidiária portuguesa já realizou duas auditorias internas de segurança e diz que investimento que a empresa-mãe vai fazer nesta área também engloba Portugal. Tecnológica garante ainda que vai trabalhar com todos os operadores no lançamento de redes 5G no país.
“Estamos dispostos a tomar várias medidas pró-ativas em relação aos temas de segurança para aliviar qualquer motivo de preocupação”. Esta é a resposta da Huawei Portugal para o mercado doméstico relativamente ao clima de desconfiança internacional que se instalou – depois de os equipamentos de rede 5G da tecnológica chinesa terem sido bloqueados em países como os EUA e Austrália por alegada falta de segurança e ligação ao governo chinês.
Tony Li, diretor executivo da Huawei Technologies Portugal, em respostas por email à Insider/Dinheiro Vivo, disse estar disponível para “comunicar com cada regulador para compreender a sua preocupação”.
“Temos vários precedentes bem-sucedidos em vários países, incluindo o Reino Unido, Canadá, Alemanha e até a França. Portugal não é exceção, comunicamos ativamente com as autoridades reguladoras e iremos tomar algumas medidas cooperativas de acordo com as necessidades de regulação local”, explicou.
Sobre a relação com os principais operadores de telecomunicações, o executivo da Huawei em Portugal diz que a empresa tem “trabalhado muito bem com todos os operadores para estabelecer uma relação de confiança mútua”.
Tony Li avança mesmo com uma garantia: “A Huawei não fica à margem e trabalhará com todos os operadores para trazer a tecnologia 5G quanto antes para o país”.
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Questionado sobre o número de estações 5G já expedidas para o mercado português – a nível global foram 10 mil unidades -, o executivo chinês disse que só agora é que o país começou formalmente a construir a rede de telecomunicações de nova geração e portanto só agora é que este elemento está a ser planeado.
“A construção da rede 5G em Portugal continuará a ser trabalhada de acordo com as necessidades do mercado e dos portugueses. Portugal é um país que acolhe muito bem as novas tecnologias”.
Mas o mercado português está decididamente dentro das grandes preocupações da empresa. A Huawei vai investir, a nível global, dois mil milhões de dólares para reforçar a segurança dos seus sistemas e equipamentos, e Portugal está contemplado. “Isto possibilita aos nossos produtos encontrar o ambiente de segurança de rede certeiro no futuro. (…) O propósito destas melhorias e inputs é global e inclui Portugal”. Este é um investimento que será feito nos próximos cinco anos.
O líder revelou também que, em 2018, “a Huawei levou a cabo duas auditorias internas para assegurar que a empresa em Portugal pode proteger os dados privados de cada utilizador”. “Temos um administrador de cibersegurança e privacidade para proteger os dados privados”, acrescentou.
Já sobre a polémica Lei de Informações Nacional da China, que pode obrigar as empresas chinesas a cederem dados aos serviços de informações do país, o porta-voz da tecnológica garante que “não existe qualquer lei na China que pode requerer empreendimentos a instalar backdoors. No passado, a Huawei nunca recebeu pedidos de informação inapropriada”.
“Em Portugal, seguimos escrupulosamente os requerimentos da lei e regulação local, incluindo a lei da proteção de dados da União Europeia”.