Hyperstealth concebeu a partir do Canadá um material chamado Quantum Stealth que consegue esconder pessoas e objetos, tal como o Manto de invisibilidade de Harry Potter. Patente já foi apresentada.
É um dos sonhos mais antigos da humanidade: poder esconder-se em plena vista. Isso potencia a possibilidade de vigilância em locais proibidos – ao melhor estilo da espionagem -, mas também a indústria da guerra.
A empresa canadiana Hyperstealth – que opera de Vancouver -, especialista em camuflagem, mostrou este mês o resultado de uma patente que apresentou e que ainda está pendente. No vídeo esta espécie de ecrã de invisibilidade que foi desenvolvido, dobra a luz para fazer os objetos desapareceram. Poderia ser usado para esconder tanques ou tropas, ou até remover edifícios intrusivos da paisagem
No vídeo recente apresentado pela Hyperstealth, o que parece que uma mesa vazia atrás de um fundo claro, percebe-se depois, à medida que a câmara de mexe, que está a esconder um capacete e uma pessoa. A Hyperstealth desenvolve este material chamado Quantum Stealth desde 2011, mas o que pareciam alegações impossíveis na altura, parecem ser agora realidade.
Em comunicado, a empresa (Hyperstealth Biotechnology Corp.) explica com mais pormenor que fez quatro pedidos de patentes, todos relacionados com o seu Quantum Stealth (que chama material leve e moldável), também conhecido como Manto da Invisibilidade. “As informações contidas nas quatro patentes foram divulgadas incluindo mais de 100 minutos de vídeos que demonstram os materiais protótipos disponíveis [estão todos no site da empresa]”, diz em comunicado.
Guy Cramer, presidente e CEO da Hyperstealth é também o inventor dos quatro pedidos de patente e explica alguns pormenores: “A verdadeira invisibilidade era considerada impossível pela maioria dos físicos. O material do Quantum Stealth não apenas oculta um alvo do espectro visível, mas também demonstramos que ele também funciona com infravermelhos ultravioleta, infravermelhos normais e de ondas curtas, enquanto bloqueia também o espectro térmico, tornando-o uma verdadeira ‘capa de invisibilidade em toda a linha'”.
Outros pormenores que é possível conhecer do comunicado é que não é necessária fonte de energia e o material é fino como papel e consegue ser barato. “Pode esconder uma pessoa, um veículo, um navio, naves espaciais e edifícios” e a patente aborda um total de 13 versões do material, permitindo váris configurações diferentes. “Um pedaço de Quantum Stealth pode funcionar em qualquer ambiente, em qualquer estação do ano, a qualquer hora do dia ou da noite, algo que nenhuma outra camuflagem é capaz”, é garantido.
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O segundo pedido de patente é um novo “Amplificador de painel solar”, que usa o mesmo material ao estilo lente, uma componente essencial das quatro patentes. Indica a empresa que o material mostrou fornecer mais do que o triplo da produção de um painel com a mesma espessura. Guy Cramer alega assim que este material também tem uso como painel solar mais eficaz, que torna o seu em latitudes muito mais longe do Equador bem mais viável.
O terceiro pedido de patente é chamado de “Sistema de exibição” e pretende ser capaz de produzir imagens holográficas com a ajuda de um projetor ligado à eletricidade, ou seja, poderá conseguir reproduzir um ambiente circundante como hologramas, como se estivéssemos noutro local. “O Holodeck de Star Trek está mais perto”, promete o comunicado da empresa.
O quarto pedido de patente é denominado de Dispersão, Desvio e Manipulação de laser: nos vídeos, Guy demonstra a divisão de um único laser em mais de 3.888.000 lasers menores. O que se pode fazer com tantos lasers, pergunta a empresa? Podem ser adicionador a um sistema LIDAR como aqueles usados nos carros autónomos que normalmente usa um laser, um espelho giratório e um receptor óptico para determinar o ambiente circundante.
Aumentar um laser para milhões deles “deverá permitir uma resolução elevada a distâncias muito maiores, permitindo que os computadores determinem condições ou objetos perigosos muito mais rapidamente, permitindo um trânsito muito mais seguro para o veículo, para pedestres e animais próximos às estradas”.
A empresa tem sonhos ambiciosos indicando que a tecnologia também poderia permitir a detecção e rastreamento de aeronaves e funcionaria em aeronaves convencionais ou furtivas a longas distâncias aplicadas em ambiente de guerrilha “permitindo detalhes sem precedentes aos soldados indicando a localização de equipamentos adversários, independentemente das suas tentativas de camuflagem”.
Resta saber como se desenvolvem as várias patentes e que empresas as podem desenvolver para produtos concretos, aqui mais associado ao exército norte-americano que buscava este tipo de soluções. As alegações da empresa podem também levar a novas regras especifícas para o uso deste tipo de equipamentos.