Há seis meses na liderança em Portugal, Bruno Morais explica o plano de expansão da empresa, que aqui cresce perto dos dois dígitos. E destaca o negócio da cloud.
Quando assumiu a liderança da Oracle Portugal, no início do ano, o novo country leader já conhecia bem os cantos à casa. Há seis anos na organização, Bruno Morais revela ao Dinheiro Vivo a sua nova visão do negócio.
“O balanço inicial que faço deste meio ano é positivo e está muito de acordo com as minhas expectativas”, explica, apoiando-se nos resultados do ano fiscal da empresa, que terminou em maio. E se a Oracle não separa os resultados para Portugal, Bruno Morais fala num “crescimento muito perto dos dois dígitos de faturação”, acima do registado globalmente pela casa-mãe, situado nos 3% e com receitas na ordem dos 39,5 mil milhões de dólares.
Em Portugal, a cloud é a área mais representativa para o negócio da tecnológica, de origem norte-americana. “Foi o segmento que mais cresceu em Portugal, com valores acima dos 50%”, assegura.
Para o novo ano fiscal, o country leader traça as linhas de atuação da empresa. “A cloud continua a ser um tema absolutamente fundamental e prioritário” mas há espaço para duas novidades que estão a ganhar força na operação portuguesa.
“Acredito que algumas soluções inovadoras e recentes estão a ganhar uma tração muito grande – isso já aconteceu no ano fiscal terminado e certamente acredito que vamos continuar a consolidá-las”. O diretor-geral da Oracle Portugal refere-se às áreas de autonomous database e cloud at costumer. No primeiro caso, é uma tecnologia que “é quase como um carro autónomo, gere-se sozinha”, desmistifica o líder da empresa, destacando que permite “chegar a grandes eficiências na gestão e manutenção das bases de dados”.
A Oracle exemplifica que esta solução – que já tem cerca de cinco mil clientes em período de teste, a nível global – pode ser particularmente interessante na área da segurança, já que é possível configurar alertas para detetar potenciais ataques informáticos. Bruno Morais destaca que o tema está na ordem do dia, com as empresas mais conscientes da necessidade de salvaguarda dos dados.
Urgência na contratação
Em abril deste ano, a Oracle anunciou a abertura de um centro de desenvolvimento em Leça do Balio, com abertura prevista para este mês de julho. O responsável refere que os planos para o centro de desenvolvimento, com o objetivo de apoiar as empresas da região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), estão a desenrolar-se dentro do previsto.
“Vamos abrir o centro internamente, em julho, mas a inauguração oficial só será em outubro.” Se inicialmente estava previsto o apoio à região EMEA, a Oracle anuncia agora que o âmbito de atuação deste centro foi alargado. “Estava previsto darmos suporte a um conjunto de clientes na região EMEA e começámos neste momento a dar apoio também a alguns clientes nos Estados Unidos e América Latina, o que para nós é importante, significa que estamos a alargar o espetro de atuação do nosso centro e também dos nossos profissionais.”
Na altura do anúncio do centro de desenvolvimento, que ocupa cerca de mil metros quadrados no polo empresarial Lionesa, a empresa especificou também que pretendia contratar cem profissionais no primeiro ano de operação. O plano mantém-se, mas Bruno Morais reconhece que a contratação não está a correr ao ritmo desejado. “Já contratámos muitas pessoas, mas não ao ritmo de que precisamos”, afirma, referindo que a empresa “mantém o maior sentido de urgência na contratação”, tendo até recorrido a parceiros para esta missão.
“Não temos no mercado profissionais suficientes para o que precisamos de absorver”, reconhece Bruno Morais. “Mas acho que isso é bom, para Portugal é mesmo ótimo”, uma vez que a forte concorrência no mercado de recrutamento tecnológico pode ser vista como o reconhecimento do talento nacional.