Organização decide manter Mobile World Congress

MWC Barcelona Mobile
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Após reunião de emergência, a organização decidiu manter o evento. Organização volta a reunir sexta-feira para avaliar situação.

O conselho da GSMA, entidade organizadora da Mobile World Congress (MWC) em Barcelona, esteve reunido esta tarde de emergência e decidiu manter o evento, de acordo com o jornal espanhol El País. A organização do evento tecnológico voltará a reunir-se na próxima sexta-feira, dia em que vai avaliar se a evolução da situação ditará uma mudança de posição.

A GSMA, numa declaração citada pelo jornal espanhol, indica que assegurou que “a situação do coronavírus muda rapidamente” mas que continuam a analisar a sua evolução de perto. “Isto incluiu reuniões regulares com peritos em saúde, tanto espanhóis como de outros países, e com os nossos sócios, para a assegurar a saúde dos visitantes”. A decisão da organização da MWC surge depois de mais de três dezenas de tecnológicas terem decidido não ir a Barcelona para a edição deste ano.

Os receios em torno de possíveis contágios do coronavírus são os motivos invocados pelas empresas para justificar a sua ausência. As duas mais recentes foram a Nokia e a Deutsche Telekom que vêm assim juntar-se a uma lista que conta já com mais de 30 tecnológicas, entre elas gigantes como o Facebook, Sony, LG, Amazon e Intel.

Em nota de imprensa, a Nokia indica que “tomou a decisão de retirar a participação do MWC 2020 depois de uma extensa avaliação dos riscos ligados à situação em rápida expansão” da propagação do vírus. “O principal foco tem sido a segurança, saúde e bem-estar dos empregados e outros, enquanto também é reconhecida a responsabilidade para com a indústria e os clientes”, justifica a empresa.

À semelhança de outras tecnológicas, a Nokia indica ainda que está a planear uma série de eventos locais chamados Nokia Live, onde mostrará os produtos que pretendia apresentar ao longo da feira de Barcelona.

As empresas que cancelaram a sua participação na MWC 2020 até ao momento, de acordo com o TechCrunch, são: A10 Networks; Accedian; Amazon; Amdocs; AppsFlyer; ARCEP, France’s FCC; AT&T; Ciena; Cisco; CommScope; Dali Wireless; Ericsson; F5 Networks; Facebook; Gigaset; iconectiv; Intel; InterDigital; Interop Technologies; KMW Communications; LG; McAfee; MediaTek; Nokia; NTT Docomo; Nvidia; Radwin; Rakuten Mobile; Royole Corporation; Sony; Spirent; Sprint; Ulefone; Umidigi; Viber; Vivo.

Organização quer que Espanha declare o estado de emergência de saúde

A organização do evento em Barcelona estará a pressionar o governo espanhol para que este declare o estado de emergência de saúde para que assim possa cancelar o evento, avança a edição britânica da revista Wired, citando fontes próximas da organização. As negociações para cancelar o evento, segundo essas fontes, estão bloqueadas e a GSMA não poderá ser reembolsada pelas seguradoras se as autoridades da Catalunha não impedirem a conferência de acontecer.

A Wired defende que a organização não quer manter a edição deste ano do evento, especialmente depois de várias das grandes tecnológicas mundiais terem anunciado que não vão participar. Contudo, fontes da revista indicaram que a organização fez saber que vai ter de prosseguir com a feira tecnológica, mesmo com o número crescente de cancelamentos, para evitar uma pesada fatura com indemnizações.

Os jornais espanhóis já tinham avançado que o cancelamento da MWC pode ter um impacto para a cidade na casa dos 500 milhões de euros. Uma das possibilidades para a organização evitar os custos elevados seria o governo espanhol declarar o estado de emergência de saúde. Neste cenário, a organização já poderia pedir o dinheiro às seguradoras.

O evento está assim marcado para 24 de fevereiro prolongando-se por quatro dias. São esperadas mais de 100 mil pessoas, oriundas de 200 países. A imprensa espanhola avança que este evento cria 14 mil empregos temporários em Barcelona.

Mobile World Congress. Mais de 30 empresas já anunciaram que não vão participar