A peça de arte feito num programa de inteligência artificial foi vendida num leilão da Christie’s por 45 vezes mais do que o preço mais alto estimado.
A inteligência artificial parece ter vindo para ficar e o interesse que está a suscitar chegou ao mundo da arte. Há dois meses a Christie’s anunciou um leilão do primeiro quadro feito por um programa de inteligência artificial e as expetativas foram 45 vezes superadas. O quadro Retrato de Edmond Belamy foi vendido por 432.500 dólares (380 mil euros).
A obra de arte foi criada por uma empresa um grupo de arte chamado Obvious e baseado em Paris, que usou um algoritmo e os dados de 15 mil quadros pintados entre os séculos XIV e XX para chegar a resultado final. Tornou-se na primeira obra feita por inteligência artificial a entrar num leilão relevante, indica a Christie’s.
O grupo de arte inclui Hugo Caselles-Dupré, Pierre Fautrel e Gauthier Vernier, e usa um método chamado GAN que explora a interseção entre arte e inteligência artificial. Na zona da assinatura o quadro tem uma equação que foi usada na criação da obra. O processo envolve alimentar o algoritmo com vários quadros, depois ele gera uma imagem baseada na diferença entre o original e o trabalho desenvolvido pela próprio algoritmo.
Em fevereiro, a Obvious vendeu a sua primeira peça, Le Comte de Belamy, para o colecionador sediado em Paris por € 10.000. “Todo o processo consiste em ter a menor participação humana possível na peça acabada”, diz Gauthier Vernier, um dos três franceses de 25 anos que começaram a Obvious em abril de 2017 a partir do seu apartamento em Paris. Desde então, ensinaram um computador tudo que há para saber sobre história da arte e mostraram-lhe como fazer ele próprio o trabalho de pintura. Foi assim que a Obvious produziu 11 obras de arte, tendo a ajuda da inteligência artificial. Resta saber se todos serão vendido por um valor tão alto quanto este.