A sonda Voyager 2 da NASA tornou-se na noite de segunda-feira a segunda nave a entrar no espaço interestelar, anunciou a agência.
A sonda, lançada em 1977 para estudar os planetas mais distantes da Terra, cruzou a extremidade mais externa do que é chamado de heliosfera – uma bolha protetora criada pelo nosso Sol – a 5 de novembro, indica agora a NASA (o sol está a ‘apenas’ 141 a 152 milhões de quilómetros da Terra).
A Voyager 2 está a repetir o que a sua antecessora, Voyager 1 (que cruzou este limite da heliosfera em 2012), na viagem pelo espaço que existe entre as estrelas. A Voyager 1 pode ter chegado primeiro do que a Voyager 2 ao espaço interestelar, mas a última nave a chegar tem uma vantagem: um instrumento chamado Plasma Science Experiment (PLS), que parou de funcionar na Voyager 1 muito antes de deixar a heliosfera e que continua a operar na Voyager 2. Este instrumento permite que os cientistas possam aprender mais sobre o espaço que circunda a nave.
Os investigadores também têm esperança que os dados transmitidos pela Voyager 2 ajudem a perceber mais sobre a influência que o sol pode ter mesmo a uma considerável distância do centro do nosso sistema solar.
“Trabalhar na Voyager faz-me sentir como um explorador, porque tudo o que estamos a ver é novo”, disse John Richardson, principal investigador do instrumento PLS e principal investigador do MIT, em Cambridge, em comunicado da NASA. “Mesmo que a Voyager 1 tenha cruzado a heliopausa em 2012, ela conseguiu-o num lugar diferente e num tempo diferente e sem os dados do PLS. Por isso, ainda estamos a ver coisas que ninguém viu antes”, disse.
As naves espaciais Voyager, lançadas como missões de cinco anos, já operam há mais de quatro décadas e continuam a transmitir dados valiosos para a Terra, e até foram remotamente atualizadas durante a sua longa viagem.
E o que é o espaço interestelar?
A Wikipédia explica: “Em astronomia o espaço interesseira refere-se ao material que preenche o espaço entre as estrelas. Embora a maior parte da matéria das galáxias esteja concentrada nas estrelas, o espaço que há fora delas não é tão vazio quanto se costuma imaginar”. A importância do estudo do espaço interestelar deve-se à formação de novas estrelas, que ocorre nessa região. O espaço interestelar possui uma densidade muito baixa, consistindo principalmente de gás e poeira, que também podem ser distribuídos na forma de nuvens individuais chamadas de nuvens moleculares“.
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