A Sporting SAD está a analisar lançar uma moeda digital própria, através de um ICO (Initial Coin Offering), para ter uma via alternativa de financiamento e “aproveitar esse novo mundo” das moedas digitais.
“Estamos em reuniões sobre isso. Estamos a olhar atentamente para um ICO. Há um potencial muito grande de valor na marca Sporting”, disse Francisco Salgado Zenha, vice-presidente do Sporting, ao Dinheiro Vivo.
“É uma ideia, não temos nada em concreto ainda”, adiantou.
Primeiro, o Sporting quer concluir a emissão obrigacionista para o retalho no montante até 30 milhões de euros, cujo período de subscrição começou no dia 12 de novembro e decorre até quinta-feira, dia 22 de novembro.
Esta operação serve para reembolsar uma outra emissão de obrigações que vence no dia 26 de novembro.
O Sporting paga ao investidor 5,25% de taxa de juro bruta anual nesta emissão. O preço de subscrição é de cinco euros por obrigação, com um montante mínimo de subscrição correspondente de 100 euros, ou seja, 20 obrigações.
O Sporting acusa a banca de não estar a ajudar a comercializar as obrigações. Até ao final de ontem, a procura registava situava-se em 11,5 milhões de euros, abaixo dos 15 milhões de euros de mínimo fixado pela SAD leonina para o avanço da oferta.
Procura sobe
As ordens de subscrição dispararam ontem, após o apelo do presidente do clube para que mais investidores aderissem à oferta obrigacionista.
“As ordens de subscrição recolhidas no dia de hoje (19 de novembro) correspondem a 43,8% do total de ordens recolhidas até ao momento”, indicou a Sporting SAD em comunicado divulgado ontem no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
A SAD tinha a opção de subir o montante em oferta, o que não fez, dado o nível de procura registado até ontem.
O Sporting passou por uma crise interna que obrigou ao adiamento do reembolso da emissão obrigacionista, que agora vence na próxima semana.
A crise acabou no afastamento do ex-presidente do clube, Bruno de Carvalho, que foi detido no passado domingo, tal como o líder da Juve Leo, por suspeitas de envolvimento na invasão da Academia de Alcochete que ocorreu em maio e resultou em agressões a jogadores e técnicos. Foram ambos libertados sob caução.
A emissão de moedas virtuais, ou ICOs, tem sido utilizada para financiar empresas e projetos. O regulador dos mercados financeiros aconselha as entidades envolvidas no lançamento de ICOs a esclarecerem junto da CMVM, “previamente a qualquer emissão, a natureza jurídica dos tokens a serem emitidos”.