Um em cada cinco profissionais de tecnologia é autodidata

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Retrato ao setor tecnológico português mostra que mais de metade dos trabalhadores está em fornecedoras de serviços a outras empresas.

Um em cada cinco profissionais de tecnologia em Portugal é autodidata e não tirou qualquer curso universitário relacionado com informática. A conclusão é de um estudo da plataforma de recrutamento Landing.Jobs, que inquiriu um total de 2758 pessoas nas últimas semanas sobre o panorama tecnológico nacional. O estudo também conclui que mais de metade dos profissionais trabalha em fornecedoras de serviços de tecnologia em Portugal.

Por causa do crescimento das escolas de programação em Portugal nos últimos anos, 20% dos trabalhadores nesta área conseguiram ter acesso a esta carreira sem terem tirado um curso naquela área. Isto também mostra que cada vez mais pessoas ingressam na área reconfigurando a sua formação universitária. “O número e a qualidade dos Bootcamps estão a aumentar e estes são uma excelente ferramenta para re-skilling de profissionais de outras áreas”, refere a plataforma.

Os programadores são os mais representados entre os inquiridos, contabilizando 41% das respostas. Perfis como full-stack back-end e front-end correspondem aos requisitos das empresas desta área em Portugal, reforçando a diferença, por exemplo, para os programadores destinados a dispositivos móveis.

“Mobile Developer é um perfil que perdeu alguma da sua atratividade, o que pode indicar que as empresas estão a reduzir o seu investimento em tecnologias mobile nativas a favor de tecnologias mais standard como HTML5 e CSS para mobile”, assinala o estudo.

O documento também assinala que mais de metade dos trabalhadores desta área está em empresas que fornecem serviços ou produtos de tecnologia para outras empresas, como consultoria, software, soluções na cloud e análise de dados.

“As empresas em Portugal continuam a ter uma preferência pela externalização das suas funções de TI”.

E quanto se ganha?

Além da empregabilidade, a mudança de carreira para a área tecnológica também se deve aos salários. Por exemplo, “um Scrum Master com 3 a 6 anos de experiência, ganha em média 35.8 mil euros brutos anuais, enquanto que um Full Stack Developer com o mesmo tempo de experiência, ganha em média 26,8 mil euros brutos anuais”.

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Ainda assim, persiste a desigualdade de género no mundo tecnológico em Portugal: “as mulheres ganham, em média, menos 23% do que os homens em posições semelhantes”.

Se quiser aumentar o salário, apostar em linguagens de programação como Go, Elixir, Ruby e Kotlin pode ser compensador; quem estiver com VBA, VB.Net e C tem os salários mais baixos do setor. Ainda assim, JavaScript continua a ser a linguagem de programação mais comum.

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