Vendas de informática em Portugal subiram 46% no confinamento, acima da média europeia

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Foto: Pixabay

De acordo com os dados da GfK Portugal, o segmento de informática cresceu em Portugal durante o confinamento, com valores acima da média europeia. Produtos ligados a escritório ou a entretenimento, com destaque para o gaming, impulsionaram as vendas.

Enquanto alguns setores caíram significativamente em Portugal durante o confinamento, entre março e maio deste ano, alguns segmentos ascenderam a picos de compra durante esses meses, revela a GfK Portugal. Durante o webinar “Pós Lockdown – impacto no consumidor e no mercado de bens tecnológicos em Portugal”, a empresa traçou um retrato sobre a evolução de compras em vários segmentos, antes, durante e após o confinamento.

António Salvador, diretor-geral da GfK Portugal, destaca que, para os próximos meses, o grande desafio será mesmo a incerteza. “O grande desafio é a incerteza. As questões relacionadas com perda de rendimento e desemprego já conhecemos”, ressalva, destacando que isso trará uma alteração ao consumo. O pensamento do consumidor estará mais focado na definição de prioridades, por exemplo, e a compra por impulso também será mais comedida.

Tal como têm revelado as análises anteriores, a área de informática cresceu 46% em Portugal durante os meses de confinamento, face ao mesmo período do ano passado. Os responsáveis da GfK detalham que esta área cresceu acima da média registada por cinco países europeus (7%), mostrando que “Portugal não estaria preparado” para a necessidade de passar o escritório e a aprendizagem para casa.

Prova disso é o “disparo” das vendas de produtos ligados a escritório, como as webcams, impressoras ou routers. No caso das webcams, foram registadas subidas de 163% ou de 41% nas impressoras. Já os portáteis registaram subidas de 149% em abril, em termos homólogos.

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O facto de os portugueses estarem a passar mais tempo em casa, fruto da evolução da pandemia no país, também fez mexer outra área dentro da informática, mas mais ligada ao entretenimento.

Exemplo disso é a venda de media box e media sticks. A GfK dá conta de uma subida de 98% na venda destes produtos em setembro, coincidente com o agravar da pandemia em Portugal. Note-se ainda que a venda deste tipo de produtos acompanha, habitualmente, a venda de televisores.

Outro segmento com forte subida é a área mais virada para os jogos, o gaming. Aqui foram notórias subidas de 117% na venda de computadores de gaming no mês de abril. Mais dispendiosos, é certo, muitos portugueses adquiriram este tipo de computadores com o intuito de uma segunda utilização – podem ser usados para o teletrabalho mas também são vistos como um equipamento para lazer.

Outra tendência registada foi a baixa das compras com desconto, algo que aconteceu de forma significativa na Europa.

A GfK Portugal acredita que esta tendência de subida das vendas de informática irá manter-se no futuro.

Vendas online com variação de 102%

Miguel Faias, da GfK Portugal detalha que as vendas online em Portugal registaram uma variação de 102% em termos homólogos entre janeiro e agosto deste ano, com destaque para os pequenos domésticos e eletrónica de consumo no comércio online.

Se a Black Friday do ano passado continua a representar a semana com melhores resultados nas vendas online, a semana em que foi lançada a telescola em Portugal, na segunda quinzena de abril, aproxima-se destes valores.

Com a Black Friday deste ano a aproximar-se e a necessidade de ficar em casa, a GfK acredita que tal garantirá vendas na Black Friday, especialmente nos produtos ligados ao trabalho em casa e à confeção de alimentos (robots de cozinha, etc).

Ainda assim, a crise económica e o aumento de casos no país poderá causar “hesitação na disposição de gastar dinheiro”.

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