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“Praga” dos cookies custa-lhe 1 minuto por dia (e 420 milhões do PIB português)

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Estimativa é feita por um conhecido futurologista, matemático e físico, Ian (ID) Pearson, que indica que clicar em autorizações dos chamados cookies tira-nos 0,2% de produtividade.

Quando vale a nossa produtividade? Há vários estudos para definir a produtividade média em cada país. Os portugueses têm melhorado ligeiramente na sua produtividade real do trabalho por hora, que é atualmente de 21,9 euros, de acordo Eurostat, em registos do PORDATA, na Alemanha vale 55 euros e na Bélfica 60 euros. Ou seja, quanto mais tempo perdemos seja em que tarefa for, menos produtividade teremos (e há um valor associado a ela).

Neste contexto, com o novo regulamento de proteção de dados, o RGPD, milhões de sites europeus (e não só) começaram a pedir autorização para registar os chamados cookies aos utilizadores. De forma muito prática, somos obrigados a carregar num grande botão autorizando esses mesmos cookies (falamos um pouco mais sobre eles no final deste artigo), algo que pode acontecer vezes sem conta, dependendo dos sites e da forma como usam essas mesmas autorizações.

Neste contexto, o futurologista britânico Ian Pearson (que assina atualmente ID Pearson), uma referência com 27 anos de experiência a prever o futuro e a verificar tendências e que é o inventor das mensagens de texto (SMS) e de lentes de contacto com projeção – ele próprio um matemático e físico -, fez uma estimativa do tempo que cada um perde a clickar num sem número de caixas de aprovação de cookies nos diversos sites.

Diz o investigador num tweet, que essa tarefa recentemente mais avassaladora, custa ao utilizador médio de internet um minuto todos os dias, ou seja, 0,2% da sua produtividade. Para o Reino Unido ele estima que significa um valor de 4 mil milhões de libras por ano perdidos nessa tarefa. Se olharmos para o PIB português, de 201 mil milhões de euros, significaria algo como 420 milhões de euros.

Embora a estimativa seja apenas um exercício de futurologista matemático, ela revela um problema que o RGPD trouxe, maior entropia ou dificuldade no uso habitual de sites, tal como defende o presidente da Associação Portuguesa de Proteção de Dados e professor e investigador da Universidade do Minho, Henrique Santos, que falava que esse tipo de avisos constantes tornaram-se num “praga”, algo de que falámos no artigo Pragas na internet. E o Spam, o RGPD não prometeu exterminá-lo?

Também abordámos o tema o artigo Em breve vamos sofrer de “obesidade mental” (ou como a tecnologia está a mudar as nossas vidas)

Leia também | Um ano depois do RGPD…o que mudou?

E o que são, concretamente, os cookies?

O nome que significa na língua inglesa um tipo de bolacha de grandes dimensões são pequenas etiquetas de software que são armazenadas no seu computador através do navegador (browser), retendo apenas informação relacionada com as suas preferências, não incluindo, como tal, teoricamente, os dados pessoais.

E para que servem? Basicamente, ajudam a determinar a utilidade, interesse e o número de utilizações por parte dos gestores dos sites que visitamos, permitindo teoricamente uma navegação mais rápida e eficiente, eliminando a necessidade de introduzir repetidamente as mesmas informações – embora isso nem sempre aconteça, já que desde o RGPD passou-se a ter de repetir o consentimento ou autorização dos cookies vezes sem conta.

Os cookies já são utilizados há vários anos, mas durante 20 anos ao navegar-se numa determinada página, assumia-se que o consentimento era dado de forma automática, mas a partir de 2009, uma diretiva da União Europeia (UE) passou a obrigar os proprietários de sites a avisar o utilizador no caso de recorrerem a cookies. A legislação demorou a ser praticada, mas com o RGPD e a sua implementação oficial deixou de haver espaço de manobra para se adiar.

Pode tentar evitar alguns incómodos se seguir alguns passos, de que falamos no artigo: 9 aplicações para aceder à internet e proteger a sua privacidade.

 

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