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Facebook já permite mensagens secretas (e auto-destrutivas). Saiba como usar

Crédito: Unsplash

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O caminho do Facebook é a encriptação e responsável do Messenger mostrou-nos, em Lisboa (durante a Web Summit), que as mensagens secretas já estão disponíveis.

A internet é um lugar frequentado por cada vez mais pessoas, durante mais tempo e de forma mais ampla. Nos últimos anos saltaram para a ribalta escândalos em torno da privacidade dos utilizadores ter sido comprometida, onde o Facebook foi protagonista (embora os casos multiplicaram-se por outros gigantes tech como Google, Apple, etc). Como resposta, Mark Zuckerberg anunciou, em março, apostar na chamada encriptação nas plataformas controladas pelo Facebook.

E o que é que a encriptação significa? “Apostamos numa encriptação forte e sem backdoors, apesar de ser algo que alguns governos queriam. Dessa forma nem o Facebook, nem hackers, nem autoridades vão ter acesso às mensagens de cada um”. O WhatsApp já usa a técnica que permite tornar as mensagens trocadas entre pessoas totalmente privadas, agora é a vez do Messenger e, depois, serão as mensagens do Instagram.

O Dinheiro Vivo/Insider esteve presente numa conversa com Jay Sullivan, o diretor de produto do Messenger do Facebook (aproveitando a sua presença em Lisboa a propósito da Web Summit), onde ficámos a conhecer o serviço de Conversações Secretas no Messenger. “Ainda está em fase de testes e poucos o conhecem, não publicitámos, mas quem for ao perfil de um amigo para lhe enviar uma mensagem, vai ter lá a opção Secret Conversation, que já é encriptada para ninguém ver”.

A opção já existe há algum tempo e manteve-se algo escondida, “só alguns utilizadores descobriram”, porque “não está pronta” e porque “só este ano foi decidido avançar à escala global”. “Vamos em breve incluir todas as funcionalidades e fazer da encriptação o standard”. Sullivan explica, depois, que primeiro vão lançar nos próximos meses um novo Messenger. “Damos o nome de Light Speed ao projeto e será a base do serviço de mensagens encriptado, com a app mais pequena, fiável e bem mais rápida, o que vai ajudar nos smartphones Android mais simples que proliferam nos mercados emergentes”, adiante.

A novidade vai permitir criar as bases para a encriptação e que o arranque da app passe dos 3,3 segundos para os 1,2 segundos, enquanto o tamanho da app passa dos 130 Mb para os 30 Mb.

 

Como funciona a Conversa Secreta?

Para já, funciona apenas na aplicação do Messenger para iOS ou Android. Para usufruir basta procurar o nome da pessoa a quem se quer mandar a mensagem secreta (não funciona com conversas já abertas) e, para quem tem iPhone terá de carregar na opção no canto superior direito, onde diz “Secreta”, e selecionar o nome desejado. Para quem tem Android, surge na mesma zona um cadeado que, ativado, permite depois escolher a pessoa. É criada depois uma conversa privada e encriptada, que o Messenger distingue com cores diferentes (negras) e a indicação ao estilo 007: “Conversa secreta”.

Para poder selecionar a modalidade ao estilo do Snapchat, que apaga as mensagens (a fazer lembrar a série e filme Missão Impossível), existe um pequeno relógio na zona de escrita de texto onde podemos configurar o temporizador para que todas as mensagens escritas sejam apagadas ao fim de 5 , 10 ou 30 segundos, alguns minutos ou algumas horas, até ao máximo de 1 dia.

O sistema “totalmente encriptado e “sem backdoors faz com que nem o Facebook, nem hackers, nem autoridades, nem ninguém a não ser as pessoas envolvidas tenham acesso ao conteúdo da mensagem nem agora nem nunca”, diz Sullivan.

Conseguimos enviar fotos dessa forma e gravar mensagens áudio, mas ainda não permite chamadas de vídeo o voz encriptadas. O WhatsApp está mais à frente nesse domínio, já que tem toda a sua plataforma encriptada desde 2016. “Temos estado a aprender com eles”, diz o líder do Messenger.

O objetivo do Facebook é, depois de ter WhatsApp, Instagram e Messenger totalmente encriptados, permitir o que Sullivan chama de “interoperabilidade”, ou seja, uma mensagem enviada por um serviço pode ir ter a um dos outros. “O importante é a mensagem ser transmitida, é indiferente para o utilizador em qual a plataforma em que a recebe e queremos criar essa facilidade”, explicou o responsável.

Questionado pelo DV/Insider sobre se essa intenção pode passar também por permitir essa facilidade a serviços rivais, como o iMessage da Apple ou o Telegram, Sullivan adiantou: “Ainda vamos demorar dois anos a implementar estas medidas. Há desafios técnicos de criar esta facilidade entre plataformas, por isso, só depois de concluirmos o processo é que avaliamos”.

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Facebook, WhatsApp e Instagram continuam independentes

A intenção de ligação entre os serviços de mensagens “não implica uma união entre plataformas”: “vão continuar a ser independentes como redes sociais a nível de conteúdos”. No entanto, o responsável admite que esta é “uma das maiores mudanças de sempre na empresa”, “uma nova era” e que “as pessoas já esperam hoje isto dos seus serviços de mensagens como se vê no Telegram, Signal ou WhatsApp“. Resumindo, “as pessoas podem não perceber de encriptação, mas quando falam com amigos ou em grupos não querem que o Facebook, hackers ou os governos possa estar a ouvir”.

O responsável deixou ainda um esclarecimento que não era claro para muitos: “não, as mensagens enviadas pelo Messenger não são usadas pelo Facebook para direcionar publicidade personalidade”. Isso acontece, no entanto, no Newsfeed do Facebook.

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