Novo estudo faz uma projeção entre a evolução da rede social e a taxa de mortalidade, com dados das Nações Unidas, dos utilizadores em diferentes países.
Se o Facebook deixar de crescer em número de utilizadores, então dentro de 50 anos vão existir mais perfis de pessoas mortas do que vivas. A conclusão é de investigadores do Oxford Internet Institute, um departamento da Universidade de Oxford.
De acordo com este cenário, dos 1,43 mil milhões de utilizadores do Facebook tidos em conta para o estudo, 1,4 mil milhões – ou 98% – já terão falecido no ano de 2100. O número de perfis de pessoas falecidas deverá ser superior a 500 milhões em 2060 e a mil milhões em 2079 – e este é o cenário ‘mais amigável’.
Caso a rede social continue a crescer em número de utilizadores, a uma taxa de 13% ao ano, então o número de pessoas mortas com perfil no Facebook poderá ser de 4,9 mil milhões em 2100. Mas neste caso, o número de utilizadores falecidos só deverá ultrapassar o de utilizadores vivos já no decorrer do próximo século.
Segundo os autores do estudo, “em ambos os casos a maioria dos perfis vai pertencer a utilizadores não-ocidentais”, com destaque para a Índia, um dos países mais populosos do mundo – a China não tem influência, pois a rede social está bloqueada no país.
E são os próprios autores do estudo a admitir que ambos os cenários traçados são improváveis, sendo mais certo que o verdadeiro valor se situe algures no meio: não só porque é difícil de prever quanto o Facebook vai continuar a crescer, como também é difícil de prever a evolução da taxa de mortalidade à medida que novas soluções e inovações vão surgindo.
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“Ao discutirmos as nossas descobertas, chamamos a atenção para a emergente corrente de preservação digital e enfatizamos para os desafios crescentes da curadoria dos perfis de pessoas que morreram”, justificam sumário do estudo.
“Pedimos um modelo de curadoria escalável, sustentável e digno que incorpore o interesse das múltiplas partes”, sublinham ainda os investigadores.
Os resultados surgem apenas algumas semanas depois de o Facebook ter anunciado novidades para as chamadas contas memoriais – perfis ainda disponíveis de pessoas que já morreram. A tecnológica está a usar inteligência artificial para evitar que os utilizadores recebam notificações sobre amigos ou familiares já falecidos.
As contas de memorial vão agora ter um separador próprio onde outros utilizadores podem deixar as suas condolências. Segundo dados da rede social, todos os meses 30 milhões de pessoas interagem com perfis de utilizadores que já morreram.