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“Telefone vai ser a chave para comprar online”, garante Mastercard

Fotografia: REUTERS/Jonathan Bainbridge

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Alberto López, responsável da Mastercard, explica que o smartphone vai ganhar um papel de destaque no contexto da diretiva de pagamentos PSD2.

Vem aí a PSD2, uma nova diretiva de pagamentos, que vai estar disponível na Europa, já a partir do mês de setembro. Esta diretiva pretende aumentar as possibilidades de escolha dos utilizadores, relativamente a quem poderá prestar-lhes serviços bancários, mas também tem um forte foco na segurança e combate à fraude, tanto nas lojas físicas como no comércio eletrónico.

Alberto López, responsável pela área de Cibersegurança e Soluções Digitais para a Espanha e Portugal, ressalva que uma das mudanças desta diretiva está ligada ao reforço da segurança nos pagamentos eletrónicos. Um dos pontos de destaque é a entrada em cena da SCA (Strong Costumer Authentication), que precisará de ser adotada tanto no comércio eletrónico como nas lojas físicas, mas com algumas mudanças entre si.

Em linhas gerais, esta SCA assenta numa combinação de pelo menos dois factores, para que o utilizador possa autenticar-se antes de concluir qualquer tipo de transação. Para confirmar que é mesmo o titular do cartão, por exemplo, serão pedidas alguns dados, que podem ser resumidos a três perguntas: ‘o que sei’, ‘o que tenho’ e ‘o que sou’. Se, no futuro, quiser confirmar uma transação no cenário da SCA será preciso ter, por exemplo, o PIN ou password (‘o que sei) ou ‘o que sou’ (introdução da impressão digital numa aplicação).

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“A autenticação precisará de ser sempre feita com recurso a dois factores”, explica Alberto López González, que indica que esta mudança será sentida mais no mundo online do que no físico. Ainda assim, neste mundo, também haverá algumas mudanças, como nos pagamentos com contactless, a opção em que apenas é preciso encostar um cartão ao terminal de pagamento para confirmar a transação.

Com a nova diretiva PSD2, os pagamentos contactless vão ter um limite de compras seguidas, sem necessidade de autenticação. Habitualmente, os utilizadores têm valores limite associados a este formato de pagamento, mais usado para as transações de valor mais baixo. Se o utilizador fizer cinco compras seguidas, na operação seguinte será necessário fazer a autenticação através do PIN, para confirmar que é o legítimo titular do cartão.

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A Mastercard aponta ainda que, devido ao facto de poderem ser facilmente copiados, a assinatura nos cartões ou os pagamentos por banda magnética, deixarão de contar como fatores de autenticação válidos. Numa altura em que o comércio online está constantemente à procura da compra mais simples possível, em que o consumidor pode concluir uma transação em poucos cliques ou toques no ecrã, a Mastercard estima que o novo tipo de autenticação gere “mais 10% de autenticações” adicionais aos processos de compra que o utilizador hoje conhece.

“O telefone vai ser a chave para comprar online”, acredita o responsável da Mastercard, que exemplifica a possibilidade de fazer autenticações apenas pela confirmação da impressão digital numa aplicação. Segundo um inquérito da Innofact, feito em 12 países, o smartphone tem vindo a ganhar terreno na hora das compras online: 80% dos europeus já faz compras através do smartphone.

Grande maioria das lojas desconhece a nova diretiva

Um inquérito online feito pela Mastercard, entre setembro e novembro do ano passado, revelava que quase oito em cada dez lojas europeias online desconhecem os padrões de segurança impostos pela diretiva. Além disso, apenas 14% dos inquiridos referia estar a tomar medidas para fazer frente à implementação da SCA.

Embora o dia 14 de setembro seja o “dia D” para esta entrada em cena da diretiva europeia, a Autoridade Bancária Europeia (EBA) comunicou a 21 de junho às autoridades bancárias nacionais a possibilidade de alargar o prazo de adoção da norma, para garantir que todo o ecossistema de comércio está totalmente adaptado às mudanças. Alberto López González refere que “o estado de adoção dos vários países europeus é semelhante”, o que justifica a necessidade da EBA de permitir este período de transação, mas que são países como a Holanda ou a Dinamarca os mais avançados neste processo mudança.

O responsável acredita que possa “demorar um ano até que a situação esteja normalizada e tudo completamente adaptado”, sublinhando que são os bancos quem precisará de informar os lojistas da necessidade de fazer mudanças para a nova diretiva.

 

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