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WhatsApp obriga-o a partilhar com Facebook. Apps rivais Signal e Telegram “voam” em Portugal

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Utilizadores do WhatsApp são obrigados desde início do ano a aceitar partilha de dados com o Facebook, senão não podem usar a app a partir de 8 de janeiro. Utilizadores europeus partilham menos e apps rivais Signal e Telegram disparam em utilizadores.

Milhões de utilizadores do WhatsApp em todo o mundo (julga-se que existem mais de cinco milhões em Portugal e 2 mil milhões a nível global) depararam-se no início deste ano com uma mensagem clara, ou aceitam partilhar alguns dados que a app de mensagens recolhe sobre eles com o Facebook ou deixam de poder usar o serviço a partir de 8 de fevereiro (quem ainda não aprovou pode fazê-lo até dia 8).

Essa nova obrigatoriedade, que chega na sequência da Apple ter começado a exigir às apps que discriminem na sua descrição da App Store todos os dados que recolhem, acaba por não ter uma aplicação tão clara na Europa – graças ao Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), ainda assim, os utilizadores têm de aceitar as condições de partilha de alguns dados com o Facebook, mesmo que eles não sejam para efeitos de publicidade personalizada.

Neste contexto, as apps de mensagens rivais e que recolhem bem menos dados que o WhatsApp – e muito menos do que o Facebook – dispararam no número de descargas nas lojas de apps em Android e iOS e não foi só nos EUA, o fenómeno chegou mesmo a Portugal.

Signal lidera alternativas ao WhatsApp

A app Signal, conhecida não só por ter mensagens encriptadas – tal como o WhatsApp – mas também por não recolher qualquer tipo de dados dos utilizadores ou dos seus hábitos, por ser gerida por uma organização sem fins lucrativos (funciona por donativos) e que não usa anúncios é a líder destacada em Portugal.

É mesmo a app mais descarregada na loja de apps da Apple em Portugal e fica em segundo na loja Android só atrás da app id.gov.pt (que permite substituir a carta de condução no formato digital).

A outra alternativa mais popular, a app Telegram, é a segunda mais descarregada na loja portuguesa em iOS (Apple) e a 5ª em Android. Curiosamente em iOS o WhatsApp é a 5ª app mais descarregada (em Android é a 24ª).

O fenómeno também se verifica nos EUA, onde Signal e Telegram (por esta ordem) lideram as lojas em iOS e Android, numa tendência que também está noutros países europeus como Espanha e França.

WhatsApp reage ao êxodo para outros serviços

Entretanto o WhatsApp reagiu às preocupações de utilizadores que começaram a experimentar serviços concorrentes e, após alguns rumores, garantiu (curiosamente no Twitter) que continua a proteger as mensagens privadas dos utilizadores com encriptação porta-a-porta e que “a atualização da política de privacidade não afeta essa facto”, deixando ainda indicação sobre o que não é partilhado com o Facebook.

Aí indica que nem os contactos pessoais, nem a localização ou as mensagens e chamadas são partilhadas com a empresa-mãe, o Facebook.

Caso europeu com menos dados partilhados

No caso europeu ainda há mais restrições sobre o que é partilhado com o Facebook. Já a semana passada a responsável de política de privacidade do WhatsApp para a zona europeia (EMEA), Niamh Sweeney, sentiu necessidade de esclarecer na sua conta de Twitter (que parece ser a melhor forma de partilha de informação com o público para o WhatsApp) de explicar que os utilizadores europeus estão abrangidos pelo RGPD europeu (Regulamento Geral de Proteção de Dados). “O WhatsApp continua a partilha na região europeia os dados de utilizadores com o Facebook com o propósito do Facebook usar esses dados para melhorar produtos ou anúncios”, explica a responsável, admitindo que há alguma informação partilhada.

E o que é então partilhado?

E que dados dos utilizadores pode o WhatsApp recolher? Bem menos que o Facebook, mas ainda assim é possível ver a descrição na loja de apps da Apple: compras, localização, contactos, informações financeiras (só se forem colocados esses dados na app em futuros serviços), informação de contactos, conteúdo do utilizador, dados de utilização (onde não estão o conteúdo das mensagens), identificadores e diagnósticos.

Na tal resposta aos utilizadores publicada esta terça-feira, o WhatsApp não se refere nunca aos vários processos judiciais nos EUA e na Europa que podem resultar na divisão do Facebook, com o próprio WhatsApp ou o Instagram a saírem da alçada da empresa de Zuckerberg.

É indicado que para tornar a “comunicação mais fácil e melhor” no caso de “mensagens empresariais”: “disponibilizamos às empresas a opção de utilizarem os serviços de armazenagem seguros do Facebook para a gestão das conversas no WhatsApp com os seus clientes”. A ideia passa por usar a comunicação de uma empresa com os seus clientes integrada depois para fins de marketing, “o que pode incluir publicidade no Facebook”.

Outra das soluções da partilha de dados é os comerciantes presentes no Facebook poderem interagir e exibir os seus produtos no WhatsApp, indicando a empresa que para isso parece precisar de autorização para recolher dados de todos os utilizadores – uma obrigatoriedade para usar o serviço de mensagens.

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