Chama-se ADIA e é uma startup nascida nos EUA, na Universidade de Stanford graças à visão de um jovem argentino chamado Lucas. O objetivo? Tornar drones básicos em sistemas voadores inteligentes para vigilância, segurança ou entregas.
“A nossa missão é tornar qualquer drone normal, num sistema autónomo e inteligente pronto para fazer entregas ou fazer a vigilância das nossas casas”. Lucas Roitman é um jovem argentino de 25 anos formado na Universidade de Stanford, onde alimentou a sua paixão por drones. Foi lá, nos Estados Unidos, bem junto a Silicon Valley, que procurou tudo o que havia para saber sobre os pequenos objetos voadores, como investigador de inteligência artificial e deep learning. Não é por acaso que o site da startup, que criou com alguns amigos e da qual é o CEO, está uma citação de Leonardo Da Vinci sobre o fascínio da visão a partir do céu.
O seu amigo Nicolas Klein, também ele um argentino a estudar fora de ‘casa’, é o CTO e CFO da ADIA Robotics e opera a partir de Londres (estudou por lá, na London School of Economics). Da equipa também fazem partes dois talentos indianos que estudaram nos EUA – do MIT a Stanford – e um português chamado Nuno Costa, engenheiro de sistemas. Depois de um investimento de 500 mil euros, estão a contratar engenheiros e designers para a equipa.
Drones ao estilo enxame
E como é que transformam drones normais em serviços de entregas? “Através de software já conseguimos que vários drones básicos consigam levantar uma caixa, ajudando-se como um enxame”, explica-nos Lucas, acrescentando: “somos a única empresa, neste momento, que permite controlar drones pela internet”. O trabalho que desenvolvem foca-se em tornar os drones autónomos para desempenhar tarefas, com ordens de novos destinos a poderem ser dadas pela internet a partir de qualquer ponto do planeta. “Podemos ter o drone aqui em Portugal e controlá-lo, ou dar-lhe novas tarefas, a partir de Londres, tudo graças à internet”, explica Lucas Roitman, com quem falámos inicialmente na Web Summit.
As questões de segurança são outra das prioridades da empresa, que procura “cumprir os requisitos de segurança europeus e de cada país”. No entanto, neste momento a app que têm disponível para qualquer utilizador comum, tem apenas uma demonstração ativa e não o serviço completo, daí que não fale com pormenor dessas questões de privacidade e segurança, algo que terá de ser abordado se tiverem sucesso com as promessas feitas. “O trabalho ainda está no início”, indica o CEO da empresa. Têm parcerias com a DJI e a Parrot para desenvolverem software para os seus drones de forma mais adequada. “O objetivo é que qualquer pessoa possa comprar um drone destes e usar o nosso serviço para ter acesso a serviços que não teria de outra forma”.
Robôs de entregas autónomos da Amazon já entraram ao serviço
Neste momento, já pegaram numa lata de cerveja para a deixar nas mãos de um consumidor e já conseguem fazer entregas de produtos por drones autónomos a distâncias máximas de 5 km. “Se houvesse forma de carregar os drones no lugar de entrega até seriam 10 km de distância”. Isto já conseguem fazer, mas na app (ainda só existe para Android) só está disponível uma pequena demonstração onde é possível ver o drone a funcionar à distância, pela internet, de uma forma ainda muito simples – é possível partilhar vídeo a partir do drone em tempo real por um preço de 9 cêntimos por minuto. O objetivo é tornar possível coordenar frotas de mais de cinco drones, ligando-os em rede pela internet.
“Estamos a crescer, com cada vez mais startups de entregas e segurança como clientes, para fazer software personalizado à sua medida, mas queremos chegar ao consumidor comum”, explica Lucas Roitman. “Acreditamos que vamos ter um serviço capaz de entregas para o consumidor comum, além de um serviço para segurança de propriedades e casas próprias”. É desta forma que Lucas acredita que pode substituir ou ampliar o serviço de algumas empresas de segurança a médio prazo.
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