Manuela Veloso não só é a líder de inteligência artificial do banco JP Morgan, como lidera projeto da Sony e da Carnegie Mellon University para criar robôs cozinheiros e que levam a comida. À Insider conta como tudo está a correr melhor do que esperado.
É o sonho de qualquer humano que tenha o hábito de ver ficção científica: chega a casa e a comida está pronta e à sua espera, tudo feito pelo robô de serviço. A Sony assinou no final de abril um acordo de investigação em robótica e inteligência artificial com a Carnegie Mellon University (CMU). O objetivo? Criar robôs chefs, que preparem as refeições e robôs que façam serviço de mesa.
Pode parecer estranho, mas a ideia da Sony é ter dentro de alguns anos restaurantes ou casas particulares em que as refeições são preparadas e colocadas na sua mesa por robôs, ou seja, sem intervenção humana.
E quem é que está a liderar este projeto ambicioso? A portuguesa Manuela Veloso, uma das referências mundiais em inteligência artificial e robótica e que foi tema de capa da revista Insider de agosto (em conjunto com outros dois portugueses com grande protagonismo na área). A lisboeta de 61 anos é, desde julho, a líder da inteligência artificial do maior banco norte-americano, JP Morgan. Depois de vários anos a liderar o departamento de IA da CMU, Veloso tem o novo desafio mas mantém a maioria das funções na universidade, inclusive a liderança do projeto com a Sony.
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À Insider, Manuela Veloso admitiu estar “surpreendida pela forma rápida como o projeto está a avançar”: “neste momento temos já um robô que consegue por comida nos pratos, corta bife e anda à vontade pelas mesas”. E tudo é feito nas instalações da CMU em Pittsburg (EUA), onde Manuela Veloso tem desenvolvido há vários anos os robôs Cobots, que andam pela universidade e interagem com os visitantes.
O projeto com a Sony, pelo que ficámos a saber, envolve dezenas de milhões de dólares e é um contrato de três anos que pode ser extensível, com apresentações de resultados anuais. Veloso explica-nos que coordena tudo, mas costuma focar-se mais na parte robótica do movimento dos braços, depois a interação robótica (Human Robots Interaction), que permite que os robôs detetem o ambiente circundante e de que forma devem responder às pessoas (se alguém acena quer chamar a atenção, por exemplo), é feita pela sua colega Henny Admoni.
A especialista portuguesa explica que existem três investigadores/professores no projeto, além dela como investigadora sénior, mais seis estudantes.
“Em março de 2019 já vamos fazer uma demonstração dos robôs a preparar comida, promete!”
Manuela espera que, nos primeiros passos destes robôs no mundo real, haja humanos prontos a ajudá-los a corrigir o que fazem menos bem. “Como há muita variedade de refeições possíveis, temos de ter uma abordagem flexível e queremos que eles possam aprender com os humanos, seja por demonstração, por instruções ou com correções”, diz-nos.
A ideia inicial é focar o projeto para resultar em restaurantes, a fazer a comida e levá-la para as mesas, para depois poder aumentar as possibilidades, quem sabe para chegar um dia à casa do comum dos mortais, acabando com a célebre dúvida/dificuldades para maioria após um dia de trabalho: “o que é que vamos fazer hoje para o jantar”.
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