Vem aí o Moche XL Games World, um novo evento de videojogos que quer estar alinhado com as propostas internacionais de eventos do setor.
Pedro Silveira não é um estreante no mundo da organização de jogos: há mais de uma década criou a E2Tech, empresa que está dedicada ao mundo dos eventos de videojogos. Este ano, apresenta ao mercado um novo conceito, o Moche XL Games World, que pretende atingir a marca dos 40 mil visitantes, juntando tanto quem joga à séria como o jogador ocasional, que não resiste ao Candy Crush no telefone.
De 14 a 17 de novembro, o Altice Arena vai receber jogadores profissionais, que competem em torneios de relevo, antestreias de alguns dos videojogos que vão aquecer as vendas de entretenimento na época natalícia e, para os mais revivalistas, ainda a oportunidade de recordar jogos e consolas de outros tempos. Há ainda espaço para cosplay, em que os visitantes podem vestir a pele das suas personagens favoritas, ou até conhecer alguns dos seus jogadores ou influencers favoritos.
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“O Moche XL Games World é um novo evento, que está em linha com os grandes acontecimentos de videojogos, lançamentos e antestreias, mas que também vai desafiar os participantes a entrar numa experiência nova. Tem tudo aquilo que os grandes eventos têm, mas há uma componente mais imersiva dentro do próprio acontecimento, já que o visitante pode participar em várias atividades.”
O responsável da E2Tech recorda que já desde os anos 2000 conseguia aperceber-se “de que um mundo novo estava a chegar, que isso ia acontecer naturalmente”.
Que mundo novo é este? Um mundo em que há quem vibre com um golo no videojogo de futebol FIFA como se num estádio estivesse. “Se eu, na minha época, gostava de ver o Maradona ou o Manuel Fernandes a jogar, hoje os miúdos também gostam de ver videojogos e fazer como os jogadores profissionais”, brinca Pedro Silveira. “É a evolução natural de mais um fenómeno, que acaba por ser também um fenómeno desportivo.”
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“Os videojogos deixaram claramente de ser um nicho de mercado para ser mainstream, para ser mais um território onde os jovens estão”, explica, recordando que a faixa demográfica da indústria dos jogos é “onde as marcas querem estar presentes, porque é onde está o público”. Ao longo do tempo, o mundo dos videojogos tem atraído não só marcas de tecnologia mas também empresas de outras áreas, desde o vestuário até à alimentação.
Pedro Silveira acredita que a transição do mundo dos jogos de nicho de mercado até um público mais alargado é imparável. “Acredito que o futuro passa muito por aqui, por um mercado novo, algo que já não é de nicho ou de geeks, dos miúdos que jogavam fechados em casa mas sim de pessoas que jogam no telemóvel, no tablet, na consola, no computador, multiplataformas.”
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Os estudos de mercado traçam o mesmo destino que o responsável da empresa portuguesa: é estimado que o mercado europeu tenha mais de 203 milhões de jogadores, que, até ao final do ano, possam vir a gerar receitas de 11,8 mil milhões de euros. Até 2023, os valores podem ascender a 14 mil milhões, prevê a Statista.