Gigante britânico das telecomunicações criou uma nova ferramenta com a ajuda da empresa WeDo Technologies.
É uma nova tecnologia que esteve vários meses em desenvolvimento e que esta quarta-feira foi finalmente revelada: as redes de telecomunicações da British Telecom passam a ter controlos de resolução automática de anomalias (self healing). Um sistema que tem ‘carimbo’ português, já que esta nova ferramenta foi desenvolvida em conjunto com a empresa WeDo Technologies.
O sistema criado permite fazer uma deteção de anomalias nas redes da operadora britânica, recorrendo a sistemas de aprendizagem automática e inteligência artificial, explicou Andreas Manolis, da British Telecom, no evento europeu que a tecnológica portuguesa está a realizar esta semana em Cascais.
“Neste modelo vamos ter deteção mais precisa de anomalias [na rede], removendo a identificação de falsos positivos”, explicou o executivo da empresa britânica, para depois acrescentar: “E não seria maravilhoso se quando deteta uma anomalia, sabe que é uma anomalia, faz a remoção daquele modelo e recalibra tudo em função dessa remoção?”.
Estas funcionalidades, além de existires, foram, segundo Andreas Manoli, aquelas para as quais os engenheiros da WeDo Technologies mais contribuíram no processo de desenvolvimento.
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Apesar do lado de automático desta ferramenta, os humanos vão continuar a ter um papel importante na mitigação de riscos e fraudes nas telecomunicações. “Não estamos a remover os humanos, estamos a permitir que façam mais e melhor. E o humano pode afinar a parte da aprendizagem automática”.
Mas os esforços de investigação e desenvolvimento com operadores internacionais por parte da WeDo Technologies vão além da British Telecom. “Fizemos o mesmo com a Korea Telecom, foi relacionado com aprendizagem automática e inteligência artificial. Também estamos a trabalhar com dois operadores norte-americanos na aplicação da tecnologia de blockchain na área do roaming”, adiantou Álvaro Ribeiro, diretor de tecnologia (CTO) da WeDo, num encontro com jornalistas.
“A nossa equipa de investigação e desenvolvimento trabalha muito com universidades, mas também vamos aos clientes fazer coisas com eles. Os clientes têm aquelas funcionalidades imediatamente e sem custo, mas para nós é a capacidade de incorporar algo que os clientes querem e precisam”, acrescentou o responsável.
Questionado sobre se a WeDo está a fazer algum projeto de investigação e desenvolvimento com algum operador português, Álvaro Ribeiro disse que sim e que o trabalho que está a ser feito é na área de fraude e conteúdo pirateado.
Segundo o CTO, atualmente a WeDo Technologies tem 150 pessoas a trabalhar exclusivamente na área de investigação e desenvolvimento (R&D) e a empresa investe 10% das suas receitas anuais neste departamento.
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