A transmissão em direto deste momento histórico da NASA esteve em risco, devido ao ‘shutdown’ que está a afetar os órgãos ligados ao governo norte-americano. Entretanto, já foi confirmado que a transmissão vai mesmo ser feita em direto.
Se tudo correr bem, a New Horizons vai conseguir recolher imagens com muito detalhe e outros dados sobre Ultima Thule, uma rocha situada a mais de 6,4 mil milhões de quilómetros da Terra. Logo no primeiro dia do ano, a NASA fará história, com os cientistas a acompanhar este momento a partir do laboratório de Física Aplicada da Universidade John Hopkins, em Laurel, Maryland, nos Estados Unidos.
Esse será o quartel-general da missão New Horizons, onde os especialistas vão monitorizar o desenvolvimento desta passagem por Ultima Thule, descoberto em 2014. Através do canal de YouTube da NASA, a NASA TV, será possível acompanhar esta passagem.
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Além de poder documentar o ponto mais distante – e conhecido – do sistema solar, esta exploração poderá colocar fim a outras dúvidas, nomeadamente como é que se formam os planetas-anão. Como Ultima está tão longe do sol, a temperatura é bastante baixa, o que, segundo a NASA, poderá indicar poucas mudanças ao longo do tempo. “Esperamos que o Ultima seja a amostra mais bem preservada de um bloco de construção planetária”, foi revelado pela NASA.
A paralisação parcial (designada por ‘shutdown’) do governo federal americano obrigou ao encerramentos de ministérios e agências governamentais no sábado de manhã, deixando cerca de 800 mil funcionários em licença sem vencimento ou, em serviços considerados essenciais. Sendo uma agência governamental, também a NASA é afetada por isto – daí as dúvidas sobre a transmissão da missão New Horizons.
Ao site The Verge, Alan Stern, o principal responsável pela missão New Horizons, ressalva a ironia da situação. “É irónico: a NASA está a fazer a exploração mais longínqua na sua história e tem as mãos atadas ao ser afetada por este ‘shutdown’ governamental. Temos procedimentos para falhas em quase tudo, mas não pensámos num procedimento de falha para um ‘shutdown’ do governo durante esta passagem”.
Uma das primeiras equipas a ser dispensada foi a de comunicação externa e relações públicas, que atualizam as redes sociais e fazem as atualizações ao público sobre os desenvolvimentos da missão. Durante algum tempo, pensou-se mesmo que este momento histórico da NASA passaria “ao lado”, devido a esta paralisação.
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Após alguma discussão, Jim Brindestine, o administrador da NASA, acalmou os ânimos no Twitter: esta passagem por Ultima Thule vai mesmo chegar à NASA TV e a agência espacial vai atualizar as redes sociais, como é habitual. Se tudo correr como nos planos, a transmissão será iniciada tanto para a passagem pelo ponto distante do Sistema Solar como para as conferências de imprensa que se seguirão.
Como plano B, há também a transmissão da Universidade de John Hopkins, que não é afetada pelo ‘shutdown’. A transmissão vai se feita a partir do canal de YouTube da instituição de ensino, mas também há uma lista de canais alternativos, que pode ser consultada a partir do site da John Hopkins.
Vários passos a cumprir
As comunicações entre a New Horizons e a Terra demoram tempo – a comunicação rádio precisa de pelo menos seis horas, refere a NASA. Por isso, aquilo que se vai ver na transmissão da NASA será a informação que a New Horizons enviará para a Terra, já largas horas depois da aproximação.
O primeiro passo que dará à NASA indicação sobre o desenvolvimento positivo da missão será justamente a comunicação. É esperado que, por volta das 10h15 em Maryland, 15h15 em Lisboa, a NASA consiga ter acesso à informação da New Horizons.
A transmissão da aproximação a Ultima Thule está marcada para o dia 1 de janeiro de 2019, entre as 12h15 e as 12h45, hora de Maryland (entre as 17h15 e as 17h45, hora de Lisboa). Momentos antes disso, será também lançada a música “New Horizons (Ultima Thule Mix)”, pelas mãos do guitarrista dos Queen, Brian May, que também contribuiu para esta missão.
A New Horizons vai estar tão distante da Terra que a totalidade da informação recolhida neste primeiro dia de 2019 demorará meses a chegar – mais precisamente 20 meses. Ainda no primeiro dia do ano, serão visíveis algumas imagens. A 2 de janeiro, são esperadas as primeiras imagens em alta resolução de Ultima Thule.
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