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Estudo: o streaming (e a Netflix) não estão a matar as salas de cinema

Nesta galeria encontra algumas curiosidades sobre o serviço de streaming norte-americano. | A Netflix foi fundada em 1997 como serviço de entrega de DVD.
Em 2007, a Netflix passou a ser um serviço de streaming.
House of Cards foi a primeira série original da Netflix de sucesso, estreou-se em 2013 (a primeira de todas foi a americano-norueguesa Lilyhammer).
A série Marco Polo foi um dos primeiros grandes flops da Netflix. É de 2014, custou 77,4 milhões de euros por dez episódios e acabou à segunda temporada.
A Netflix reúne mais de duas mil comunidades de gostos (combinações de séries por preferência) dos seus utilizadores.
A Netflix reúne mais de duas mil comunidades de gostos (combinações de séries por preferência) dos seus utilizadores. São 30 a 40 títulos que a maioria dos utilizadores tem disponível na página principal da Netflix para escolher entre conteúdos sugeridos para ver.
Embora tivesse fãs, Sense8, de 2015, falhou o hype de ser o Matrix da Netflix. As fracas audiências levaram ao seu fim na segunda temporada
A série falada em espanhol Narcos, de 2015, foi um dos sucessos planetários mais surpreendentes. A partir daí a Netflix reforçou a aposta em conteúdos de várias línguas.
A sequela da série familiar Que Família! (ou Full House - durou de 1987 a 1995) surgiu em 2016 com vários atores da série original, mas com sucesso reduzido.
Stranger Things: os irmãos Duffer conseguiram ter sucesso mundial com inspiração nos filmes de aventura sobrenatural dos anos 1980. A série foi lançada em 2016.
Como é que uma série espanhola (La Casa de Papel), que falhou na TV local, se tornou um sucesso mundial após passar para a Netflix? A inteligência artificial da plataforma ajudou.
Traduzir ou não traduzir os nomes das séries é algo definido por inteligência artificial: são feitos testes com dois pequenos grupos de utilizadores em cada país. Las Chicas Del Cable tem o nome original em vários países (incluindo Holanda), mas é Cable Girls nos Estados Unidos.
The Crown, de 2016, foi o maior investimento da Netflix numa série (111 milhões de euros). Rendeu um Globo de Ouro como melhor série dramática.
Séries como Black Mirror tiveram um impacto global e a aposta em ficções científicas distópicas (sociedades imaginadas) foi sugerida pelos dados dos utilizadores.
Icarus venceu o Óscar de Melhor Documentário e foi o primeiro grande prémio para um conteúdo da Netflix.

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O serviços de streaming como a Netflix há muito que são acusados de estar a tirar pessoas das salas, mas um estudo novo contraria essa acusação.

Apesar das polémicas entre empresas de streaming como a Netflix e a indústria do cinema associada às salas e, no caso de França, aos prémios do Festival de Cannes, a Netflix não está a matar os cinemas. Pelo menos, é essa a conclusão de um novo estudo conduzido pelo grupo de Economia Quantitativa e Estatística da EY (Ernst & Young), que revela que as pessoas que vão ao cinema nos salas com mais frequência, são também as que consomem mais conteúdos em streaming.

Estas conclusões vão contra as teorias avançadas pelos peritos das receitas de bilheteira, que atribuem a falta de presença de público nas salas à crescente popularidade das empresas de entretenimento digital. De acordo com o estudo esta é a prova de que as duas formas de consumo de conteúdos multimédia e histórias podem ser complementares. 

Outra das conclusões indica que os entrevistados que visitaram uma sala de cinema nove vezes ou mais nos últimos 12 meses, consumiram mais conteúdo de streaming do que os consumidores que visitaram uma sala de cinema apenas uma ou duas vezes no último ano. Já aqueles que assistiram a nove ou mais filmes no cinema tiveram em média 11 horas de streaming semanal, em comparação com as sete horas de streaming consumidas, em média, por aqueles que viram de um a dois filmes nas salas.

Roma, favorito da Netflix ao Óscar estreia nas salas e no streaming

Para chegar a estes resultados, foram entrevistadas 2.500 pessoas em novembro – 80% das quais viram pelo menos um filme nos cinemas o ano passado. O estudo foi encomendado pela Associação de Proprietários de Teatro dos EUA (NATO), um grupo de lobby da indústria de salas de cinema, que tem sido particularmente crítico relativamente à decisão da Netflix ter lançamentos tradicionais (ao mesmo tempo que os estreia na plataforma de streaming) para alguns dos seus filmes com maiores possibilidades nos Óscares, como Roma ou Outlaw King.

O estudo indica também que quase metade das pessoas que disseram que não visitaram uma sala de cinema nos últimos 12 meses também não viram nenhum conteúdo online. Apenas 18% dos entrevistados que evitam os cinemas visionaram conteúdo online durante oito ou mais horas por semana.

Esta é uma altura em que as bilheteiras norte-americanas estão a aproximar-se de valores recorde, graças a filmes como Venom, Incríveis 2 ou Avengers: Infinity War e, com isso, estão a afastar as visões pessimistas recentes.

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