Ren Zhengfei considerou ainda que a detenção da sua filha, a diretora financeira da empresa, foi uma decisão política.
Na primeira entrevista concedida após a detenção da filha, o fundador da Huawei, Ren Zhengfei, foi duro nas palavras contra os EUA, aumentando assim a ‘guerra’ entre a tecnológica e aquela que é uma das principais economias do mundo.
“Os EUA não nos podem esmagar”, sublinhou o fundador da gigante chinesa em entrevista à BBC. “O mundo não nos pode deixar porque estamos mais avançados. Mesmo que eles [EUA] persuadam mais países a não usarem Huawei temporariamente, podemos sempre diminuir a escala das coisas”, acrescentou. Ren Zhengfei foi mais longe e considera que a “América não representa o mundo”.
Sobre a detenção da sua filha, Meng Wanzhou, no Canadá e a pedido dos EUA, o executivo não tem dúvidas em dizer que a detenção tem por base motivos políticos. “A nossa empresa nunca vai fazer atividades de espionagem. Se tivermos alguma ação semelhante, então fecho a empresa”.
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As declarações surgem numa altura em que a tensão entre os EUA e a Huawei promete continuar a agitar o mercado nas próximas semanas. Os norte-americanos acusaram formalmente a tecnológica chinesa de 23 crimes, incluindo fraude bancária, roubo de segredos comerciais e violação de sanções impostas pelo país contra o Irão.
A Huawei, por via de diferentes intermediários, continua a negar qualquer alegado crime e também diz que os receios que existem relativamente às suas redes 5G são infundados. A análise mais recente, oriunda do Centro Nacional de Cibersegurança do Reino Unido, diz que há riscos no uso da infraestrutura de rede da Huawei, mas que podem ser mitigados.
Já em Portugal, a empresa diz estar disposta “a tomar medidas de segurança para aliviar qualquer preocupação”.