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Programadores ganham cada vez mais em Portugal – e salários vão continuar a aumentar

Back-end developer | Salário médio: entre 23 e 28,7 mil euros anuais brutos
Full-stack developer | Salário médio: entre 23 e 28,7 mil euros anuais brutos
Front-end developer | Salário médio: entre 20,7 e 26,4 mil euros anuais brutos
UI/UX developer | Salário médio: entre 17,2 e 23 mil euros anuais brutos
iOS developer | Salário médio: entre 23 e 31 mil euros anuais brutos
Android developer | Salário médio: entre 23 e 28,7 mil euros anuais brutos
DevOps developer | Salário médio: entre 23 e 28,7 mil euros anuais brutos
Data scientist | Salário médio: entre 25,3 e 32,2 mil euros anuais brutos
QA Testing | Salário médio: entre 23 e 28,7 mil euros anuais brutos

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Subida média dos salários ronda os 20% nos últimos dois a três anos. Despesa extra para as empresas vai acabar por encarecer preço dos serviços tecnológicos. 

Portugal está a viver um verdadeiro boom tecnológico: tem startups e unicórnios com fama internacional; está a ser escolhido por algumas das maiores empresas do mundo como base para equipas de desenvolvimento e suporte; e toda a economia digital está também a fazer crescer as empresas que por cá andam há muitos anos.

Numa altura em que a tecnologia tornou-se indispensável para qualquer negócio, o bem mais precioso acaba por ser quem tem formação nesta área – e quem não tem, quer ter.

“As empresas têm enfrentado enormes dificuldades em contratar colaboradores especializados e neste momento, a área das tecnologias da informação (TI), é uma das áreas mais dinâmicas, mas das mais difíceis de recrutar. A procura destes perfis é claramente maior que a oferta”, começa por explicar Inês Xavier, diretora financeira e de recursos humanos da BI4All.

“Estes profissionais são contactados regularmente por empresas de recrutamento e seleção e pelas empresas de TI, o que tem contribuído para inflacionar os seus salários”, acrescenta logo de seguida.

António Miguel Ferreira, diretor-geral da Claranet Portugal, empresa de cloud que já dá emprego a 600 pessoas e espera contratar mais 100 até ao final do ano, confirma a tendência de aumento de salários. “Com certeza o nosso salário médio aumentou mais do que 15% nos últimos três anos”.

Já a Bi4All, tecnológica especializada em analítica, fala em aumentos salariais no sector nos últimos três anos “entre os 20% e os 50% consoante o nível de qualificação, experiência e senioridade dos profissionais”.

Pela grande procura que há no mercado e pela especialização, ser programador é uma profissão que em Portugal, neste momento, garante um ordenado acima da média.

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Dados cedidos ao Dinheiro Vivo pela Landing.jobs, uma plataforma especializada em recrutamento tecnológico, revelam os valores que os profissionais tecnológicos encontram no mercado em fase inicial de carreira: um cientista de dados pode ganhar entre 25 e 32 mil euros brutos anuais, enquanto um programador de aplicações para o iOS (sistema operativo da Apple) ganha entre 23 e 32 mil euros. Pode ver uma lista mais completa dos salários de programadores em Portugal na galeria em cima.

E a subida de ordenados é uma tendência que vai manter-se. “Para 2019 estimamos que se registe um aumento médio na ordem dos 15%”, refere Inês Xavier.

Além dos ordenados, a Bi4All diz que tem apostado em “diversos benefícios” para atrair e segurar os funcionários, como horários de trabalho flexíveis, possibilidade de trabalhar a partir de casa e eventos mensais para os trabalhadores. “Temos conseguido combater esta tendência inflacionária dos salários, continuando a contratar e reter os profissionais qualificados com a introdução de diversos benefícios que vão ao encontro das expectativas atuais nossos colaboradores”, diz a responsável da tecnológica.

Mas este esforço extra que as empresas têm feito para garantir a contratação de profissionais tecnológicos vai acabar por ter outros efeitos na economia, alerta António Miguel Ferreira.

“Se temos uma pressão do ponto de vista de subida dos custos dos recursos humanos, as empresas vão ter que pagar mais pelos serviços”, explica, para depois acrescentar:

“Vai ter que haver uma subida dos preços dos serviços e vai ter que se transversal, não só a nós, mas a todos os outros concorrentes. Porquê? Porque depois estamos a concorrer com os tais centros de competência com empresas multinacionais que se instalam em Portugal que absorvem recursos, que podem pagar 20% a mais, porque estão a vender noutros mercados que pagam 50% a mais do que o cliente português paga”.

Ainda assim, o responsável da Claranet vê este turbilhão tecnológico como algo positivo para Portugal, para a economia e para as suas empresas.

“Acho positivo e ainda bem que aconteceu. É bom termos concorrência das melhores empresas a nível internacional no recrutamento de talentos, isso faz com que aumente o investimento em Portugal, as universidades vão ter que aumentar a sua oferta de recursos e dar mais formação, isso vai ser melhor para todos a longo prazo”.

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