“No estrangeiro a marca Portugal, em tecnologia, é vista como de valor e positiva”

António Miguel Ferreira - Claranet Portugal
António Miguel Ferreira, da Claranet Portugal. Foto: Jorge Amaral/Global Imagens

Claranet contrata 100 pessoas e avança com nova aquisição. Subsidiária portuguesa já representa 25% da faturação do grupo britânico e vai continuar a crescer em 2019.

A Claranet Portugal vai contratar 100 novos funcionários ao longo de 2019 e atualmente já tem 60 postos de trabalho em aberto. “Se encontrássemos no mercado pessoas com o perfil que estamos à procura, recrutaríamos todos imediatamente”, adiantou António Miguel Ferreira, diretor-geral da tecnológica, que já emprega 600 pessoas.

A empresa, especialista em serviços de armazenamento, cloud e segurança informática, deverá crescer 10% no ano fiscal de 2019 – que termina em junho -, totalizando uma faturação de 110 milhões de euros. Dentro do grupo Claranet, uma multinacional britânica e que marca presença em oito mercados, a subsidiária portuguesa representa sozinha 25% total da faturação.

“Representamos sensivelmente um quarto do grupo, o que é muito significativo. O mercado português, dos oito mercados em que estamos, é o mais pequeno em dimensão da economia e em número de pessoas”, destacou.

O bom desempenho da Claranet Portugal tem feito que o país esteja no topo das prioridades do grupo quando se trata de aquisições. “Tivemos uma estratégia de aquisições agressiva. Canalizámos muito investimento para Portugal porque à medida que crescemos demos cada vez melhores resultados.”

A última das seis compras feitas no país foi a tecnológica ITEN, em 2017, e António Miguel Ferreira promete voltar à carga já nos próximos meses. “É verdade que estamos a olhar para outras empresas e é muito provável que venhamos a adquirir durante 2019. (…) É quase certo que teremos novidades deste ponto de vista.”

O executivo não revelou os nomes das empresas portuguesas que estão no radar, mas explicou aquilo que procura. “Não prevemos fazer uma aquisição de grande escala. O que agora procuramos são aquisições mais cirúrgicas que possam enriquecer o nosso portfólio ou porque a empresa tem especialização numa área que nós consideramos estratégica.”

O negócio de aquisição deverá focar-se numa destas três áreas: cloud, segurança informática ou workplace (tecnologias que ajudam a modernizar os processos de trabalho dentro das organizações).

“Conseguimos escalar aquilo que é o conhecimento especializado que essas empresas têm. Se calhar, têm meia dúzia de clientes e nós temos uma carteira de clientes maior onde as oportunidades que existem para prestar os serviços que fornecem são muito grandes”, salientou.

António Miguel Ferreira confirmou também que a Claranet equacionou abrir um novo centro de dados em Portugal, uma ideia que caiu por terra. “Não precisamos de mais metros quadrados de centros de dados. Os equipamentos atuais ocupam menos espaço, consomem menos energia e conseguimos duplicar a capacidade de computação e de armazenamento.”

Em Portugal o que vai continuar a crescer é o centro de segurança informática inaugurado em 2018: o número de funcionários já quase duplicou – emprega 25 pessoas e há oito vagas por preencher. E o que inicialmente era um centro de serviços apenas para Portugal, agora também já presta serviços para empresas internacionais e dentro de casa. “Tudo o que é cibersegurança do próprio grupo Claranet vai ser garantida a partir do nosso país.”