Big tech: Receitas das gigantes disparam em ano de pandemia

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Os logótipos das big tech - Apple, Facebook, Amazon e Google. © DENIS CHARLET / AFP

Em ano de crise pandémica, as quatro grandes tecnológicas viram as receitas subir a pique. Só na Amazon, as vendas escalaram quase 90 mil milhões de um ano para o outro.

O setor da tecnologia tem passado relativamente ileso pela crise causada pela pandemia. A covid serviu mesmo de trampolim para novos recordes no caso das maiores tecnológicas, revelam os resultados financeiros apresentados pelas empresas. Amazon, Facebook e Alphabet aumentaram as receitas anuais em 142 mil milhões de dólares no ano passado (118,6 mil milhões de euros).

A maior subida anual pertence à Amazon: a gigante de e-commerce gerou um total de 280,5 mil milhões de dólares de receitas (233,8 mil milhões de euros), mais 105 mil milhões face a 2019 (87,7 mil milhões de euros) representando um aumento de 38%.

Num ano em que o comércio eletrónico disparou, devido ao encerramento de lojas físicas e ao confinamento em vários pontos do globo, a Amazon viu as vendas subir em flecha. Os últimos três meses do ano, que juntam a corrida aos descontos da Black Friday e as compras de Natal, resultaram na maior receita trimestral alguma vez conseguida pela gigante de e-commerce, com 125,5 mil milhões de dólares (104,8 mil milhões de euros). Pela primeira vez, a Amazon conseguiu ultrapassar a marca simbólica dos 100 mil milhões de dólares de receitas trimestrais.

Já no caso do Facebook, o império de Mark Zuckerberg termina o ano em terreno positivo, após um segundo trimestre em que as receitas publicitárias arrefeceram. Em 2020, o Facebook viu a faturação subir 22% face a 2019, totalizando 85,97 mil milhões de dólares (71,82 mil milhões de euros), uma diferença de mais de 15 mil milhões de dólares comparando com o ano anterior.

Num ano, ganhou mais de 84 mil milhões de dólares em publicidade, atividade que continua a ser a fatia de leão do negócio da tecnológica (representa mais de 97% das receitas). Nos últimos três meses do ano, o Facebook ganhou 27 mil milhões em publicidade (22,6 mil milhões de euros), um aumento de 31% em termos homólogos.

Em destaque esteve ainda a área de outros negócios, que subiu 72% em termos anuais e 156% no último trimestre, quando gerou receitas de 885 milhões de dólares (739,6 milhões de euros). O número de utilizadores ativos diários atingiu os 1,84 mil milhões de pessoas, uma subida de 11% face a 2019.

No caso da dona da Google, os resultados do ano foram impulsionados pelos habituais pratos fortes – pesquisa e publicidade. À semelhança do Facebook, também a atividade publicitária baixou ligeiramente em alguns momentos, mas 2020 representou uma subida de 12,7% nas receitas anuais, que totalizaram 182,5 mil milhões de dólares (151,8 mil milhões de euros).

A área de serviços rendeu mais de 168 mil milhões de dólares (140 mil milhões de euros). Pela primeira vez, a Alphabet deu informação mais concreta sobre o negócio da Google Cloud. Embora tenha gerado receitas anuais de 13 mil milhões de dólares (cerca de 11 mil milhões de euros), acima do ano anterior, há três anos que esta área de negócio representa prejuízo para a tecnológica. A Google Cloud agravou os prejuízos, para 5,6 mil milhões de dólares (4,68 mil milhões de euros).

Apple com melhor trimestre de sempre
No caso da Apple, a empresa arranca o ano fiscal em setembro, pelo que os meses de setembro a dezembro correspondem já ao primeiro trimestre de 2021. Para a tecnológica liderada por Tim Cook, os últimos três meses de 2020 foram de recorde, com as receitas a subir 21,4% entre setembro e o dia 26 de dezembro, totalizando 111,4 mil milhões de dólares (93 mil milhões de euros) – o melhor trimestre já vivido pela dona do iPhone.

A empresa avança que dezembro foi marcado por subidas “a dois dígitos” em toda a categoria de produtos. A maior pertence ao iPhone, com vendas de 65 mil milhões de dólares (54,3 mil milhões de euros), quase mais dez mil milhões em termos homólogos.

A venda de serviços já é a segunda maior componente de negócio da Apple, representando 15,7 mil milhões de dólares (13 mil milhões de euros) – a aproximar-se das vendas combinadas de Mac e iPad, que valeram 17,1 mil milhões no trimestre (14,3 mil milhões de euros).

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