O governo dos Estados Unidos aumentou o número de empresas chinesas presentes na ”lista negra”, incluindo vários unicórnios da inteligência artificial e reconhecimento facial.
A decisão vem aumentar o clima de tensão entre Washington e Pequim. A “lista negra”, elaborada pelo governo de Trump, aponta as empresas chinesas com as quais as organizações norte-americanas devem evitar negócios. Desta vez, o governo norte-americano aponta o alvo a empresas que operam na área da inteligência artificial e do reconhecimento facial, com vários unicórnios na lista (empresas avaliadas em mais de mil milhões de dólares). Além de várias organizações públicas de vigilância, a lista foi reforçada com empresas como a Hikvision, SenseTime ou a Megvii Technology, indica a Reuters.
As empresas incluídas na lista têm elevadas valorizações de mercado e presença a nível internacional. A Hikvision está dedicada à equipamento de vigilância, estando avaliada em 42 mil milhões de dólares. A SenseTime é uma das empresas unicórnio da área da inteligência artificial, com uma avaliação de 4,5 mil milhões de dólares. A Megvii cria software de reconhecimento de imagem e deep learning. Com mais de dois mil funcionários e o apoio da gigante Alibaba, este unicórnio chinês prepara-se para a entrada em bolsa em Hong Kong.
As outras empresas são a iFlytek (dedicada a reconhecimento de voz), a fabricante de equipamento de vigilância Zhejiang Dahua Technology e as empresas de produtos para a área dos dados Xiamen Meiya Pico Information Co, Yixin Science and Technology Co.
Leia também | Conselheiro de Trump sugeriu à Microsoft que espiasse governos de outros países
Das empresas afetadas, a Hikvision já reagiu à decisão dos Estados Unidos, afirmando-se “extremamente contra” a decisão, cita a Reuters. “Punir a Hikvision, apesar de todos os compromissos, vai impedir as empresas globais de comunicar com o governo americano, prejudicar os parceiros de negócio da Hikvision que são norte-americanos e ter um impacto negativo na economia americana”, indica a empresa.
A presença na “lista negra”, elaborada pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, impede as empresas de comprar componentes a firmas norte-americanas sem a aprovação do governo americano.
Leia também | Reino Unido cria regulação ‘dura’ para a web. Executivos de tecnológicas podem ser condenados
Os EUA justificam esta decisão como um castigo a Pequim, pelo tratamento às minorias étnicas. “O Governo dos Estados Unidos e o Departamento de Comércio não podem e não vão tolerar a brutal supressão às minorias étnicas na China”, indica Wilbur Ross, Secretário do Comércio, citado pela Reuters.
O caso mais conhecido das consequências da presença nesta lista comercial é a Huawei. Como consequência, o telefone mais recente da marca, o Mate 30, não conta com os serviços principais da americana Google, como o acesso à loja de aplicações para Android ou serviços como o Gmail ou YouTube.
Huawei estará disposta a licenciar tecnologia 5G a empresa americana