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Intel atinge previsões trimestrais, mas covid-19 continua a gerar incerteza

Fonte: Pixabay

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A fabricante de componentes conseguiu atingir os resultados esperados para o primeiro trimestre, mas prefere não fazer previsões para o resto do ano.

A Intel pode ter conseguido chegar aos objetivos que tinha estipulado para o primeiro trimestre do ano, mas a pandemia de covid-19 continua a ser uma nuvem de incerteza para o negócio da fabricante.

Não era segredo que a Intel espera o impacto da covid-19 no negócio – ainda em março, a empresa já tinha tomado medidas, como a suspensão da recompra de ações de 20 mil milhões de dólares, um plano traçado ainda em 2019, acautelando-se para os efeitos da pandemia.

Na apresentação de resultados do primeiro trimestre, a Intel conseguiu atingir as marcas anteriormente traçadas, impulsionada por um aumento das vendas de servidores e de processadores para computadores. Este crescimento é justificado pela necessidade de os consumidores trabalharem a partir de casa, o que está a fazer subir as vendas de computadores em vários mercados. Mesmo com efeitos na logística, a empresa refere ter conseguido estar à altura do aumento da procura.

A empresa atingiu receitas na ordem dos 19,8 mil milhões de dólares (cerca de 18,35 mil milhões de euros) e ganhos de 1,45 dólares por ação, no primeiro trimestre, ultrapassando as expetativas dos analistas, que colocavam as receitas totais nos 18,7 mil milhões de dólares e lucro por ação nos 1,28 dólares. Trata-se de um crescimento de receita de 23%, em comparação com o mesmo período de 2019.

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A área de data center da empresa impulsionou os resultados da Intel, com um crescimento de 43% em comparação com o mesmo período do ano passado. No total, esta área de negócio gerou 7 mil milhões de dólares no primeiro trimestre.

“O desempenho do primeiro trimestre é um sinal para o foco da nossa equipa em salvaguardar os empregados, apoiar a cadeia de produção dos parceiros e entrega para os nossos clientes durante este desafio sem precedentes”, indicou o CEO da Intel, Bob Swan, em comunicado. “O papel que a tecnologia tem no mundo está a ser mais essencial do que nunca e esta é a oportunidade para enriquecer vidas e disponibilizar sucesso aos clientes nunca foi tão vital. Guiados pelos nossos valores culturais, vantagens competitivas e força financeira, estou confiante de que vamos emergir desta situação como uma empresa ainda mais forte”, afirmou o responsável da Intel.

Apesar de ter conseguido ultrapassar as expectativas dos analistas, as ações da Intel tombaram, tendo em conta que a empresa preferiu não fazer previsões para o resto do ano devido à incerteza que a pandemia está a criar. “É muito difícil pensar na segunda metade do ano em relação a como a procura vai ser quando comparado com aquilo que tínhamos dito quando fizemos as primeiras previsões”, afirmou o responsável financeiro da Intel, George Davis, citado pela Reuters.

A pandemia não será a única razão para a Intel avisar que os resultados do segundo trimestre podem ser mais modestos. O CFO da empresa afirmou, durante a chamada sobre o resultados, que a Intel espera margens de lucro mais reduzidas neste segundo trimestre devido aos custos de produção dos novos processadores ‘Tiger Lake’, que espera colocar no mercado no terceiro trimestre do ano.

A empresa indica que este processador será incluído em “50 portáteis diferentes” que serão colocados à venda na época festiva de 2020. A empresa espera conseguir recuperar algum do impacto da produção deste novo componente com as vendas dessa época, mas resta saber que alterações é que a pandemia vai trazer à procura daqui a alguns meses. Tendo em conta a nuvem da covid-19, a Intel não avançou estimativas sobre vendas de portáteis com o novo componente.

A Intel encerrou a sessão desta quinta-feira com as ações a cair 1,76%, para um valor de 59,04 dólares por ação, após o anúncio das previsões ainda incertas para o resto do ano.

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