Como usar o telemóvel (quase) sem deixar rasto

Smartphone
Foto: Rami Al-zayat / Unsplash

Sempre que estamos ligados na internet através do nosso telefone, o mais provável é que estejamos a deixar um rasto digital. Mas há formas de o evitar.

Ver um vídeo do YouTube, participar numa janela de conversação entre amigos, pesquisar algo na internet ou meter “Gostos” no Instagram são atividades típicas para quem usa com frequência o seu smartphone. Tudo isto deixa uma pegada digital que pode comprometer a sua privacidade sempre que um amigo pede o seu telefone emprestado para, por exemplo, fazer uma chamada. Este rasto que deixamos é informação pessoal, que pode ficar em risco se o nosso telefone cair nas mãos erradas.

Daí que o site Popular Science tenha criado um pequeno guia para explicar como evitar que o seu smartphone esteja sempre ligado e a armazenar dados que outros podem usar. A ideia passa mais por limpar o armazenamento local do seu telefone e não tanto limitar informação que as apps enviam para a cloud.

Ficar incógnito

O navegador de internet do seu telefone, tal como no computador, permite um modo privado que limita o envio de dados. Ao abrir a sessão neste modo, a app não vai “recordar” as páginas que visitou e vai “esquecer” as palavras chave que pesquisou assim que fecha a janela.

Mas a navegação privada não o torna invisível. Se ligar-se ao Facebook através do modo privado, a rede social vai na mesma monitorizar a sua atividade e o seu fornecedor de internet (ISP) também vai ver o que anda a fazer. Para se esconder do seu ISP, precisa de confiar num VPN (Virtual Private Network), uma rede privada que é possível aceder através de algumas apps já existente (Windscribe ou TunnelBear). 

Para apagar a informação da sua navegação existente, num navegador como o Chrome basta ir a Menu > Definições > Privacidade > Apagar dados de navegação. Para quem usa o Safari no iPhone, se for à app Definições, selecione Safari > Limpar histórico e dados dos sites. 

Apagar mensagens

Para quem não usa uma app de conversação que apaga de forma automática as mensagens (existem), as apps tradicionais vão guardar registo das suas conversas. É possível apagar mensagens de forma manual, ou ativar o modo automático de apagar o histórico num certo período.

Em iOS, se for à app Definições, vá a Mensagens > Manter Mensagens, e ative a opção para elas serem apagadas passados 30 dias. Infelizmente nem todas as apps têm este modo. Em Android, a app de SMS só permite apagar mensagem a mensagem.

No popular WhatsApp, pode ir a Definições > Conversas >  Apagar todas as mensagens (também pode arquivar). Pode-se fazer algo semelhante com o Facebook Messenger ou o Snapchat.

Limitar o registo das apps

Cada app tem um modo próprio de registar as suas atividades. A versão do YouTube no Android, por exemplo, adicionou recentemente um modo privado, de forma a não haver registo dos vídeos que esteve a ver (ainda não está disponível em iOS). Para ativar basta, na app, carregar no seu avatar no topo do ecrã, e escolher a opção Modo Privado.

O Google Maps, por exemplo, segue a sua localização por defeito, o que permite acumular muita informação sobre os seus movimentos em tempo real. Para parar essa monitorização, abra a app, carregue em Menu (normalmente é onde tem três linhas seguidas no topo do ecrã) > Definições (em iOS terá de carregar no seu avatar) e selecione Informações pessoais e privacidade. É nessa opção que pode desligar o histórico da sua localização.

Para apagar informação do género de forma mais ampla, em Android vá a Definições > Apps e notificações, escolha a app que pretende seleciona Apagar armazenamento. A app fica assim sem a sua informação. Em iOS mais vale apagar e voltar a reinstalar a app para ter o mesmo efeito. 

Apagar o histórico de pesquisa

Muitas apps guardam a sua informação na cloud. Por isso, no caso da sua conta Google, para apagar por completo essa informação abra o seu navegador e vá à página myactivity.google.com. Clique em Menu > Apagar atividade por. Escolha o tempo e o tipo de conteúdo que quer apagar – pode apagar tudo o que a Google tem sobre o seu histórico de pesquisa, por exemplo.

Em iOS pode fazer com que a pesquisa do telefone não use dados de outras pesquisas feitas. Para isso vá a Definições > Siri e Pesquisa e desligue a opção Sugestões na pesquisa. 

 

Sony quer liderar no mercado de sensores de imagem nos smartphones

A Sony aposta as suas fichas naquele que diz ser o sensor “com a maior contagem de pixeis da indústria”.

A fabricante japonesa prepara-se para lançar o sensor de imagem IMX586, que vai contar com 48 MP efetivos (8000 por 6000) – uma contagem de pixeis que poderá rivalizar com os sensores de imagem que são utilizados em máquinas fotográficas DSLR, por exemplo.

A Sony refere também que vai utilizar pixeis de dimensões muito reduzidas, quando comparadas com o resto da indústria. E, habitualmente, utilizar pixeis muito pequenos não significa necessariamente que as imagens vão ter melhor qualidade. Nas imagens de teste divulgadas, a Sony compara o novo sensor IMX586 com uma imagem convencional, fotografada com um sensor de 12 MP. É possível notar que há uma maior definição da imagem quando fotografada com o novo sensor.

Sony
A comparação de imagem divulgada pela Sony.

Outra das diferenças explicadas pela marca nipónica é a de que “ao colocar este 48 MP efetivos numa unidade com 8 milímetros de diagonal” é possível introduzir esta novidade em muitos smartphones. Nas imagens de teste, a diferença é notória quando se tira partido do zoom digital.

No que diz respeito a vídeo, este sensor pode gravar em 4K (4096 por 2160), em 90 frames por segundo.

É esperado que este novo sensor seja utilizado em smartphones a partir do próximo ano. A Sony aponta setembro como o mês em que começará a fazer chegar unidades ao mercado, para serem utilizadas em novos telefones, com um preço de 27 dólares (cerca de 23 euros).

Este robô quer tornar as viagens no aeroporto mais descansadas

Mala Robô aeroporto | Care-E KLM

É uma criação da companhia aérea KLM Royal Dutch e quer ajudar a encontrar o caminho para o portão de embarque sem grande esforço. Tudo isto enquanto ainda dá uma ajuda a transportar a mala de cabine do passageiro.

Há dias em que encontrar o portão de embarque de um voo nem sempre é fácil – pode implicar corridas com malas e sprints desenfreados até ao portão. A KLM é conhecida por implementar novas tecnologias nos seus serviços, mas agora quer testar o robô Care-E, que vai estar disponível em alguns aeroportos internacionais.

Para começar, este ano o Care-E vai começar a ser utilizado no aeroporto JFK, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e no aeroporto internacional de São Francisco, também nos Estados Unidos. Depois disso, a KLM decidirá se quer ou não implementar a ideia em outros aeroportos.

Para começar, o passageiro apresenta o cartão de embarque ao robô, que vai fazer uma digitalização do mesmo. Depois disso, vai indicar no pequeno ecrã onde está localizado o portão e encaminhar-se para lá, utilizando indicações não verbais para comunicar com o passageiro.

A KLM refere que o Care-E ainda não é totalmente funcional, estando em fases de teste. Pode também não ser o campeão no que toca a velocidade: anda a quase cinco quilómetros por hora. Portanto, se for preciso fazer uma corrida até ao portão, se calhar é melhor deixar o Care-E ficar no controlo de segurança a descansar.

Este artigo foi originalmente publicado na edição de 19 de julho de 2018 do Diário de Notícias

Probe.ly, a “sonda” para descomplicar a segurança das aplicações web

A equipa da Probe.ly é liderada por Nuno Loureiro, CEO e fundador (segundo a contar da esquerda).

Em junho, a startup portuguesa Probe.ly lançou um plano gratuito de verificação de segurança virado para as empresas mais pequenas. À Insider, Nuno Loureiro, CEO da Probe.ly, explica que a solução desenvolvida pela empresa quer simplificar as verificações de segurança, que habitualmente envolvem processos mais demorados.  

A startup criou a suite Probe.ly, que disponibiliza um conjunto de verificações que procuram de forma automática por vulnerabilidades de segurança em aplicações web das empresas – daí a lógica de sonda (probe, em inglês). Depois disso, a Probe.ly adopta outra expressão muito particular – “o médico de família das empresas”.

“Somos a sonda, vamos ver se tem problemas, depois aí é que entramos na lógica do médico de família – damos a receita para a cura”, explica Nuno Loureiro. “A nossa solução não é uma solução que previne nada, à partida – é uma solução que identifica problemas e que dá instruções de como resolver esses problemas, depois cabe à empresa atuar”, dependendo do nível de criticidade da vulnerabilidade, refere o CEO da startup.

“O próprio produto dá instruções de como resolver o problema e depois a empresa tem de o resolver – pode testar novamente para ver se ainda existe um problema ou não. Se for resolvido, obviamente que tem um risco menor de a sua empresa ser atacada”, explica Nuno Loureiro.

Uma vez que tem como modelo de negócio uma solução virada para diagnosticar vulnerabilidades em aplicações web, a empresa tem bem definido o seu alvo de mercado: as organizações que disponibilizam serviços SaaS – software as a service. “Qualquer empresa que tenha um modelo de negócio estilo SaaS é uma empresa que está a fornecer aos seus clientes através de uma aplicação web, fazem a autenticação e depois têm o serviço através da aplicação – esse é o caso normal ou o caso mais comum”, indica Nuno Loureiro. “O nosso maior foco é precisamente nesse tipo de empresas, são empresas que prestam um serviço online. A aplicação web acaba por ser a coisa mais valiosa que têm, portanto faz sentido que queiram que essa aplicação esteja segura”.

Com o lançamento de uma versão gratuita, virada para as empresas mais pequenas, que habitualmente têm um orçamento reduzido para a segurança e testes de vulnerabilidades, a Probe.ly fala quase num processo de democratização do acesso à cibersegurança. “Este plano gratuito detecta menos de 10% do total do tipo de vulnerabilidades que encontramos na nossa solução paga, portanto é uma forma de começar. É algo mais do que ‘dar um cheirinho’, porque quando um hacker olha para uma aplicação e vê a forma como está feita, se ele tiver indícios de que a empresa teve preocupações com a segurança, se ele vir lá vestígios de que a segurança foi tida em consideração vai-se aperceber de que, provavelmente, vai ser um site mais difícil de atacar”, refere Nuno Loureiro.

“O nosso plano gratuito dá esse “cheirinho” no sentido de poder demonstrar que se preocupam com a segurança – e isso pode afastar alguns potenciais atacantes.

“Queremos tornar, não só a segurança aplicacional [mais eficaz], mas queremos fazer testes de segurança cada vez mais eficientes e que sejam cada vez mais fáceis de serem corrigidos”, indica o CEO e fundador da startup, fazendo o contraponto com os habituais testes, feitos de forma manual, que são mais dispendiosos para as empresas, além de demorados.

“Não é só o custo do teste, é também o tempo despendido, que gasta muitos recursos da empresa para lidar com os resultados. Nós, com esta ferramenta automática, não só resolvemos o problema do orçamento e do preço inicial como também resolvemos este tempo que é gasto para resolver os problemas”, reforça Nuno Loureiro.

“Além disso, é uma interface que é muito simples, quando se clica numa vulnerabilidade detetada, dá para ver indicações de como corrigir, quando o programador corrige há um botão para testar se a correcção está bem feita e que dá a correcção automática. Todo este processo é mais eficiente”, contrastando com o processo habitual de testes manuais.

“O problema é que, hoje em dia, com os métodos ágeis de desenvolvimento de software, onde há muitas releases novas de software, se eu fizer estes testes uma vez por ano, só está a ser testada para uma versão. E podem estar a introduzir uma vulnerabilidade nova, que provavelmente só será descoberta passado um ano. E como a Probe.ly introduz estes testes mais automáticos, permite que as empresas façam este teste de uma forma contínua, somos complementares ao teste [manual].

Nuno Loureiro sublinha a lógica de complementaridade: “não achamos que seja indicado substituir pen-testing, testes manuais, por testes automáticos. A mente humana encontra coisas que um programa automático não consegue encontrar. Não achamos que conseguimos substituir estes testes manuais, mas somos complementares na lógica de continuidade, que é muito importante nos tempos que correm, por o desenvolvimento de software ser mais ágil”.

“No caso das empresas mais pequenas, que nem têm dinheiro para pen-test, acreditamos que têm um proveito muito maior do Probe.ly. de e não de substituição dos testes manuais”, conclui Nuno Loureiro, acrescentando que já houve “um número alargado” de empresas que aderiram à solução gratuita da Probe.ly, sendo que “a maioria é portuguesa”.

Digital Insider: À conversa com o primeiro astronauta português

Bem-vindo ao Digital Insider, o seu novo programa semanal de informação sobre a tecnologia que está a mudar o mundo.

Nesta edição o destaque vai para a conversa com João Lousada, o primeiro astronauta português, que nos mostrou as luvas que compõe o fato que usa na missão que vai ajudar a colocar o Homem em Marte.

Fique também a conhecer as caneleiras do século XXI: são feitas pela empresa portuguesa SAK e já são usadas por jogadores de algumas das mais importantes equipas de futebol do mundo, como o Real Madrid.

Dizemos-lhe ainda o que vale o Surface Book 2, a joia da coroa da Microsoft. Será que este portátil de 1.800 euros corresponde às expectativas?

A terminar, mas não menos importante, o unboxing do One Plus 6, o smartphone mais ‘quente’ do momento.

Se quiser ficar a par de mais novidades tecnológicas, veja quais os temas da primeira edição da revista DN Insider e acompanhe-nos no Facebook, Twitter e Instagram.

VRSlide: o escorrega aquático agora também pode ter realidade virtual

VRSlide

À primeira vista, realidade virtual e escorregas aquáticos são coisas que não combinam – muito à conta dos fios. Mas parece que, na Alemanha, há quem ache que ambas as coisas combinam tanto, ao ponto de se criar o VRSlide.

No parque temático alemãoGalaxy Erding, foi inaugurada a experiência VRSlide, que se proclama como o “primeiro escorrega aquático com realidade virtual”. Para quem está preocupado com água a chegar a equipamentos tão sensíveis como os headsets de realidade virtual, os responsáveis pelo parque têm alternativas.

Para começar, foi necessário tornar todo o equipamento tecnológico à prova de água, inclusive com a possibilidade de serem submersos – o que implicou personalização dos headsets.

Segundo refere o The Verge, são utilizados smartphones Samsung Galaxy S8. Depois disso, há também sensores que permitem comparar os pesos das pessoas que passam pela atração temática, para perceber exatamente onde estão as pessoas. Além disso, estes headsets também incluem carregamento sem fios, para que seja mais fácil a gestão dos headsets carregados ao longo do dia.

A Ballast é a empresa que está na origem desta experiência de realidade virtual, que conta com quatro “mundos” diferentes que é possível experimentar em RV.

Smartphones abaixo dos 100 euros? Conheça 21 modelos low cost

Smartphones low-cost

Não são poderosos, não são luxuosos e não são fantásticos. Porquê? Porque são smartphones pragmáticos e muito baratos. Conheça algumas propostas.

No dia a dia há uma tendência comum para falar dos smartphones topo de gama: são os mais avançados do mercado em características, são os mais aspiracionais ao nível do consumo e são, na prática, os equipamentos que estão a desafiar os limites da tecnologia para que cada vez mais o smartphone seja um computador de bolso.

O grande problema? Nem todos os consumidores têm dinheiro para comprar um iPhone X, um Samsung Galaxy S9, um Huawei P20 Pro ou um LG G7.

Em Portugal, no ano de 2017, ainda foram vendidos 348 mil smartphones abaixo dos 100 euros, segundo dados da consultora IDC partilhados com a Insider. Este mercado representa 13% do total da venda de smartphones no mercado português.

Qual o motivo para comprar um smartphone mais barato? Além da questão do poder de compra, há consumidores que simplesmente não precisam de smartphones muito avançados para as suas tarefas quotidianas e os smartphones low cost também são uma opção para quem já tem um bom dispositivo e procura um segundo de apoio.

Leia também | À procura de um tablet novo? Estes custam menos de 100 euros

Independentemente do motivo, a verdade é que existem várias opções para quem procura um smartphone abaixo dos 100 euros. Sim, não são equipamentos deslumbrantes no design, nem nas especificações técnicas, mas para utilizações mais simples cumprem o seu propósito.

Na galeria em cima pode ficar a conhecer alguns dos modelos que são vendidos no mercado português – entre retalhistas e operadores de telecomunicações.

Da Bumba ao Wuant, influenciadores dão as boas-vindas à revista Insider

Alguns dos principais influenciadores em Portugal dão as boas-vindas à revista Insider num pequeno vídeo onde também explicam quem são e o que fazem.

Além de Bumba na Fofinha – Mariana Cabral -, a blogger do ano em 2017 conhecida pelos seus comentários divertidos à realidade que a rodeia (e cujos vídeos se têm tornado virais), também participa o vlogger do ano em 2017, Wuant, alegadamente o Youtuber português que mais ganha com os seus vídeos, que reúne mais de três milhões de seguidores no Youtube.

O apresentador do canal Q e comediante Guilherme Fonseca também não faltou à chamada de dar as boas-vindas à revista de tecnologia Insider. O mesmo acontece com o comediante Diogo Faro, conhecido pelo seu projeto Sensivelmente Idiota, que também se tem destacado nos vídeos humorísticos.

Acompanhe-nos no nosso Facebook, onde não vão faltar vídeos sobre os hábitos tecnológicos destes influenciadores nos próximos dias.

É destes países que se fazem mais ataques informáticos contra Portugal

Ataques Informáticos | Check Point

É dos EUA que vem o maior número de ataques informáticos que atingem Portugal: sozinhos representam 36% de todas as ofensivas. Quem o diz é a empresa de segurança informática Check Point Software e os dados são relativos aos primeiros seis meses do ano.

Na segunda posição deste ranking, partilhado com a Insider, aparece Portugal – isto é, 27% de todos os ataques que atingiram o país tiveram origem ‘cá dentro’. O terceiro lugar é ocupado pelo Reino Unido, que é responsável por 8% das investidas.

A lista é ainda composta por Países Baixos (7%), Alemanha (6%) e França (4%).

Um elemento importante: a Check Point salienta que estes países são a origem dos ataques informáticos feitos contra Portugal, mas isso não significa que o autor dos ataques esteja situado nesse país. Muitas vezes os ataques são ‘mascarados’, para ajudar a esconder a identidade do seu autor e para dificultar possíveis investigações.

“A minha experiência diz-me que o maior número de ataques é feito pelos EUA. Mas outros países como a Rússia, a China, países do leste, são países também bastante ativos em atacar outros países. E Portugal não é exceção”, explicou o diretor técnico da Check Point para Portugal e Espanha, Eusebio Nieva, em entrevista à Insider.

Nessa entrevista ficámos também a saber que há uma nova ameaça na internet que está a afetar os portugueses: programas que produzem criptomoedas e que estão a roubar poder de processamento aos computadores das vítimas sem elas saberem.

Reportagem: O talento é prioridade para a Farfetch

    Ana Sousa, Global People Strategy Director na Farfetch, em Leça do Balio. (André Rolo / Global Imagens)

    A Farfetch está a crescer vertiginosamente em número de funcionários em Portugal, à medida que o primeiro unicórnio português (já vale mais do que mil milhões de dólares) ganha parceiros e relevância mundial. Analisamos de seguida a sua política de captar e reter o seu “bem mais precioso”, o talento.

    [O tema de capa da revista Insider do mês de julho é, precisamente, a forma como os dois unicórnios portugueses – Farfetch e Outsystems – estão a mudar as nossas vidas através da tecnologia.]

    Por Ana Laranjeiro e João Tomé 

    Os escritórios de Leça do Balio são “casa” para quase metade dos funcionários da Farfetch no mundo – são perto de mil, a nível global rondam os 2300 e em Portugal são cerca de 1800. Cerca porque, de quinze em quinze dias, à segunda-feira, entram novas pessoas (uma média de 76 por mês e houve recorde em janeiro, quando entraram 100), ao ponto de Ana Sousa, Talent & People Director, da empresa, admitir que já é difícil conhecer todos. “Temos vindo a crescer muito. Entrei há quatro anos, em abril de 2014, e éramos 190 colaboradores. Metade era engenharia. Agora somos 1800” em Portugal, metade dos quais na área de engenharia e produto”, explica.

    A cultura da empresa tem sido uma das formas de aumentar e manter o talento, até porque os engenheiros portugueses, a maioria, são cada vez mais procurados. “Os nossos engenheiros são contactados diariamente pelo LinkedIn por empresas estrangeiras, o que nos dá alguma satisfação, porque significa que estamos a criar bom talento”, reconhece Ana Sousa.

    Um dos vários gestores de engenharia da Farfetch, Ricardo Felgueiras, na sala de jogos da empresa.
    (Rui Oliveira / Global Imagens)

    Ricardo Felgueiras é manager de engenharia da Farfetch há cinco anos, começou como “mero engenheiro” e foi mostrando valor para passar a manager para programar um catálogo de produtos em backoffice. “Quando entrei éramos cerca de 20 programadores, agora devemos ser mais de 800 só em tecnologia. É uma realidade diferente e permite-nos fazer muito mais”, admitiu.

    Quando entrou não sabia o que era a Farfetch, hoje recusa várias propostas para sair para multinacionais. “Consigo crescer aqui, aprender muito e ter muitas oportunidades até porque com tanta gente a entrar vão continuar a haver posições de liderança”. O desafio maior é conseguir com tanta gente de 22 nacionalidades diferentes em tantos países, “manter o foco no objetivo final”.

    Nikola Misic, engenheiro sénior de software, veio da Sérvia para o Porto em fevereiro. Nunca tinha ouvido falar da Farfetch antes, mas ficou surpreendido por ver uma multinacional tecnologicamente tão avançada em Portugal e não se arrepende, só lamenta a falta do sol prometido.

    O sérvio Nikola Misic é um dos engenheiros da Farfetch, fotografado aqui na sala de convívio (onde não faltam instrumentos) da empresa. (Rui Oliveira / Global Imagens)

    Voltando à responsável de recursos humanos da Farfetch, Ana Sousa evidencia algumas práticas para “manter um namoro constante” aos funcionários. Com a informalidade no topo, inclusive no “dress code”. Daí que seja raro ver alguém vestido com roupa vendida no próprio site da Farfetch (os trabalhadores têm 20% de desconto) nos mil funcionários em Leça do Balio.

    A Farfetch também considera que é necessário que haja um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, daí não só dar flexibilidade, ter três autocarros diários para trazer e levar trabalhadores, e tem pequeno-almoço todos os dias, havendo sempre sopa, fruta, pão e, em certos dias, almoço completo.

    Há uma impressionante sala com jogos com matraquilhos, videojogos, jogos de arcada, mesa de ping pong, entre outras diversões. Não falta um espaço de convívio onde se fazem aulas de ioga e com um palco para tocar música e, noutro piso, uma sala para dormir sestas, além de inúmeros espaços com sofás para ter reuniões ou descontrair por todo o escritório (também vimos por lá zonas de minigolfe, escorregas para descer de um piso para o outro e bolas de pilatos).

    O escritório de Leça do Balio. (Rui Oliveira / Global Imagens)

    Além deste estilo de escritório à grande tecnológica norte-americana (Facebook e Google, por exemplo), a Farfetch está a desenvolver um projeto em que a ideia é criar “um sistema holístico em que possa haver nutricionistas, psicólogos, médicos e que possamos olhar para as pessoas” e perceber como é que podem ter um desempenho melhor.

    “Nós temos um horário, que a lei impõe. Mas temos flexibilidade. Se alguém precisa de ir a uma consulta há essa possibilidade. Se alguém precisa de trabalhar a partir de casa isso também acontece. Damos muita margem aos líderes das equipas. É gerido dentro da própria equipa: eles próprios são responsáveis pela entrega de projetos; valorizamos muito mais a entrega do projeto do que propriamente as horas em que as pessoas estão a trabalhar”, sublinha Ana Sousa.

    Esta aposta nos funcionários, não é vista pela Farfetch como um custo, mas como “um investimento nas pessoas”. “Se nós não investirmos nas pessoas, não podemos esperar que elas possam devolver. Quando investimos, elas sentem-se comprometidas. Sentem que têm espaço e que têm lugar”, rematou.

    Não perca