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Durante o App Start Up, os jovens criadores de aplicações que já estiveram a concurso no Apps for Good tiveram a oportunidade de fazer um pitch, ao lado de gigantes da tecnologia.

Ao longo dos dias do Portugal Digital Summit, passaram pelo Pavilhão Carlos Lopes gigantes de empresas internacionais ligadas ao mundo da tecnologia. E, no mesmo espaço onde era possível conhecer as soluções tecnológicas desenvolvidas por empresas que geram milhões de euros em receitas, também era possível encontrar as apps e protótipos desenvolvidas por jovens estudantes, no âmbito do programa Apps for Good.

Assegurado pela CDI Portugal, o Apps for Good é um projeto que desafia jovens estudantes, entre os 8 e os 18 anos, a apresentar uma ideia de aplicação com potencial para mudar o mundo, desde movimentos ambientais até aplicações ligadas à aprendizagem. Ao longo de um ano letivo, os estudantes são desafiados a desenvolver uma aplicação que tenha em conta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Com o projeto a ter a duração de um ano letivo, a segunda edição do evento App Start Up quis mostrar aquilo que acontece às ideias e aplicações após o fim do concurso. Para isso, a organização desafiou as equipas finalistas das cinco edições do projeto Apps for Good a fazer um novo pitch e a mostrar as mudanças ao longo do tempo.

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Assim, dez equipas tiveram a oportunidade de, em ambiente informal, fazer um novo pitch da sua ideia, num dos palcos do Portugal Digital Summit. Mais tarde, as equipas ‘BookRoutes, ‘Move in Pico’, ‘Smart Study’, ‘MustBeGreen’, ‘Only Heal’, ‘Color You’, ‘Coursly’, ‘SOS Alzheimer’, ‘Johnny Aprende’ e ‘EcoA’ apresentaram as suas aplicações na zona de exposição do evento, perante uma audiência onde figuravam empresas como a Google, IBM, Oracle ou a Siemens.

Carolina Castro e Joana Vaz criaram a aplicação ‘BookRoutes’, para servir de base de apoio ao livro “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, de José Saramago. A ideia – na altura a app ainda tinha o nome ‘1936’, em referência ao livro – era mostrar a alunos, professores e fãs do escritor português as localizações indicadas no livro.

“É sempre bom estarmos envolvidas nestes projetos, porque ganhamos sempre alguma coisa, nem que seja o contacto com pessoas de várias áreas de trabalho”, explica Carolina Castro, parte da dupla que participou no Apps for Good quando ainda estava no Ensino Secundário. Hoje, Carolina e Joana estão no segundo ano da faculdade, em diferentes licenciaturas: Engenharia do Ambiente e Engenharia e Gestão Industrial.

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Além da aprendizagem, destacam ainda como vantagens a possibilidade de “contacto com um projeto de longa duração” e a aquisição de competências que permitem estar mais confortáveis no mundo académico – especialmente em apresentações. “É, sem dúvida, uma experiência super enriquecedora, com um conteúdo e objetivos diferentes”, sublinham Carolina e Joana.

Ao longo dos meses de trabalho dos projetos Apps for Good, os professores também têm uma palavra a dizer. Eugénia Amaral e Rui Fontes são os professores que ajudaram a equipa ‘Move in Pico’ a desenvolver uma aplicação que quer facilitar a estadia aos turistas que queiram visitar a Ilha do Pico, no arquipélago dos Açores.

“É difícil traduzir a experiência em palavras, porque vai desde a ação, emoção, até ao pensamento, aprendizagem… Mas é, sobretudo, uma experiência muito enriquecedora, aprendemos muito com o projeto, com eles [alunos] e com a envolvência com a comunidade”, explica Eugénia Amaral, professora das disciplinas de Português e História na Escola Cardeal Costa Nunes, no Pico.

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A equipa veio de propósito a Lisboa, para participar no App Start Up – numa movimentação que reconhecem ser “pesada” no âmbito logístico. O professor Rui Fontes perdeu a conta às “imensas horas de trabalho” na organização deste projeto, mas “com imensa prazer”. “Gostamos imenso daquilo que fazemos e, acima de tudo, formamos alunos”, garante o professor da disciplina de Artes, que aponta também que já há trabalhos em marcha para a edição deste ano. “Já temos uma equipa formada e cheia de vontade para este ano letivo”.

João Baracho, da CDI Portugal, entidade responsável pelo Apps for Good também já começou os trabalhos para a próxima edição do concurso, que vai evoluir para as temáticas da Inteligência Artificial e machine learning. “Em breve arranca a sexta edição e, este ano, estamos a ultrapassar os números de adesão do ano passado”, indica o responsável, que estima “um número acima das 200 escolas inscritas”.

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