Procura pela profissão mais sexy cresce em Portugal

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Fonte: Unsplash

A procura por data scientists ganha novo fôlego todos os anos. No ISAG, no Porto, há já uma pós-graduação para dar resposta à escassez.

Descrita pela indústria das tecnologias de informação como uma das profissões mais sexy da atualidade, Rita Faria e Ivo Nogueira não têm dúvidas de que a área de data science continuará a enfrentar picos de procura por talento no futuro. Os coordenadores da pós-graduação em Data Science and Business Intelligence do ISAG – European Business School, do Porto, explicam que o potencial de crescimento desta área anda de mão dada com a evolução da tecnologia.

Data science e as áreas relacionadas têm crescido uns 40% no mínimo e no seu auge 60%, todos os anos”, aponta Ivo Nogueira. “Aquilo que estamos a ver no mercado é que precisamos de muito mais data scientists no mercado do que aqueles que existem e é expectável que nos próximos anos aconteça o mesmo: a tecnologia vai continuar a melhorar, a quantidade de data scientists de que vou precisar é exponencialmente maior do que aquela que precisava ontem e vamos ter na mesma este superavit de procura, comparando com a oferta disponível.”

“É uma profissão super sexy, muito procurada, mas que tem uma vertente muito abrangente”, acrescenta Rita Faria. “A ciência dos dados sem dúvida que está aí e só vai ter tendência a crescer.” No entanto, aponta que a falta de recursos humanos nessa área é um problema, ainda para mais quando o número de empresas interessadas nesta profissão está a crescer. “Há uma oferta de mercado muito baixa – e daí também os salários altos oferecidos, porque o mercado não está a conseguir responder às necessidades das empresas.”

Nesta primeira edição da pós-graduação em data science, os coordenadores reconhecem que foram surpreendidos pela procura. “Tivemos bastante sucesso nesta primeira edição, fomos a pós-graduação mais procurada e excedeu as expectativas. Queremos continuar e estamos aqui para melhorar”, sublinha Rita Faria. As aulas arrancaram no início de outubro, com 22 alunos, com um leque de perfis de formação alargado.

Os responsáveis sublinham que esta pós-graduação distingue-se pela abordagem mais prática, baseando-se em profissionais da área que possam aproximar os alunos das expectativas do mercado de trabalho. Ainda antes do arranque da formação, Rita Faria explica que foi feita uma pesquisa de mercado. “No Porto a oferta não era muito grande, já na altura havia dois cursos, um com grau académico e outro em pós-graduação. O que senti nos dois foi que eram muito teóricos – ambos ensinados por académicos, professores de carreira, que têm todo o seu valor, mas nós queríamos tornar este curso diferente.”

“Se conhecemos aquilo que as empresas querem e podemos transmitir esse tipo de conhecimento, isso tem muito mais valor do que algo puramente académico”, dizem, apesar de sublinharem o valor do contexto académico, por exemplo, na estatística. “Há toda uma tendência no mercado de trabalho que está à procura de determinadas competências e queremos passar isso aos nossos alunos.”