Dois dos principais líderes do Facebook, incluindo o diretor executivo Mark Zuckerberg, defendem que o problema da empresa não está no seu tamanho.
O artigo de opinião de Chris Hughes, cofundador do Facebook, provocou um verdadeiro terramoto mediático para a tecnológica norte-americana. Nesse texto, o antigo executivo da rede social pede que os reguladores ‘partam’ a empresa, separando o Instagram e o WhatsApp do Facebook enquanto plataforma.
O impacto do artigo foi de tal forma grande que a gigante norte-americana moveu rapidamente alguns dos seus principais executivos para responder. O primeiro a fazê-lo foi Nick Clegg, vice-presidente para assuntos e comunicações globais do Facebook.
“Os desafios aos quais [Chris Hughes] se refere, incluindo a interferências nas eleições e as garantias de privacidade, não vão desaparecer ao partirem o Facebook ou outra grande empresa de tecnologia. Resolver estes problemas exige recursos significativos – e novas regras fortes”, começou por escrever num artigo de opinião publicado no The New York Times.
“Estamos na posição incomum de pedir mais regulação, não menos”, lê-se ainda. Ou seja, para Nick Clegg a solução passa por criar novas regras para o espaço digital e que possa responsabilizar as grandes empresas pelas suas ações e nunca por separar as principais plataformas do Facebook.
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O vice-presidente vai mais longe e argumenta mesmo que o Facebook não detém um monopólio das plataformas sociais como muitas vezes é referido, escudando-se em exemplos como a China e o Japão, onde as principais redes sociais não pertencem à empresa fundada por Mark Zuckerberg.
O próprio diretor executivo do Facebook sentiu a necessidade de reagir às duras críticas do seu antigo colega Chris Hughes. Em entrevista à France 2, defendeu a mesma teoria apregoada pelo seu vice-presidente, usando apenas outras palavras.
“A minha principal reação é que o que ele [Chris Hughes] está a propor que façamos não vai ajudar em nada”. “Se aquilo que te preocupa é a democracia e as eleições, então vais querer que uma empresa como a nossa invista milhares de milhões de dólares por ano, como fazemos, em construir ferramentas avançadas para combater as interferências nas eleições”, sublinhou Mark Zuckerberg.
O CEO considera ainda que muito daquilo que o Facebook tem conseguido fazer na proteção dos seus utilizadores está diretamente relacionado com o facto de ser uma empresa bem sucedida a nível financeiro.
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